O Governo da Hungria considerou que os planos da câmara municipal de Munique para iluminar o Allianz Arena com as cores do arco-íris são «nocivos e perigosos».

Na próxima quarta-feira, a Alemanha recebe a Hungria no mesmo palco em que jogou com Portugal e a autarquia de Munique pretende iluminar o recinto com as cores da bandeira associada à comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero) e ainda hastear bandeiras multicoloridas.

A iniciativa tem o propósito de manifestar apoio à comunidade LGBT na Hungria, país que aprovou recentemente uma lei que proíbe a divulgação de conteúdos sobre LGBT a menores de 18 anos, inclusive em programas curriculares de ensino.

«Na proposta de iluminar (o estádio) é claramente detetada uma intenção de misturar a política com o desporto», afirmou em declarações à comunicação social o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, que classificou a iniciativa como «muito nociva e perigosa». «Aprovámos uma lei em defesa das crianças húngaras e contra a qual a Europa ocidental está agora a protestar», acrescentou o governante.

De acordo com a agência espanhola EFE, a ação da autarquia de Munique ainda terá de ser aprovada pela UEFA, que neste domingo não só arquivou uma investigação à braçadeira de capitão usada por Manuel Neuer, guarda-redes da Alemanha, no jogo de Portugal, como considerou que a mesma, que continua as cores arco-íris, representava a diversidade e foi usada por uma boa causa.

O Governo alemão já se mostrou a favor da utilização destes símbolos pela seleção alemã e enalteceu o empenho na luta contra a discriminação. «As cores do arco-íris são um símbolo de como queremos viver, com respeito mútuo e sem discriminar as minorias que foram marginalizadas durante muito tempo», afirmou o porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert.