O treinador do Guangzhou Evergrande, o italiano Fabio Cannavaro, rotulou de «filme» a situação que viveu na China aquando da propagação do novo coronavírus (covid-19) no país, que explodiu no início de 2020. Em conversa com o guardião espanhol do FC Porto, Iker Casillas, o transalpino também apontou negativamente à situação social vivida no seu país de origem.

«Quando começou este vírus, eu voltei aqui à China oito dias e fiquei na minha cidade desportiva. Saí de lá duas vezes e parecia um filme. Imagina uma cidade com 30 milhões de pessoas vazia, sem nada. Um filme impressionante. Em todos os locais, queriam medir-me a temperatura: no banco, a entrar na cidade desportiva, antes de entrar em casa. Era a única maneira de não deixar este vírus sair para todo o lado», relatou Cannavaro, através da rede social Instagram, este domingo, a Casillas.

«Voltei a Itália e as pessoas perguntavam-me como estava na China. Mas ninguém iria pensar que, um mês depois, ia estar em Itália. Temos de ter cuidado. A minha mulher e os meus filhos, sabem que não podem sair», continuou, numa altura em que o número de mortos no país europeu já ultrapassou as vítimas na China.

Por isso, Cannavaro diz, em abono da «verdade», ver «muito mal» a situação da pandemia em Itália.

«Vejo que as pessoas continuam a sair à rua. E o problema são os hospitais: não há camas para tanta gente. Começam a faltar coisas como máscaras, como luvas», considerou, dizendo que os outros países europeus «não aproveitaram, entre aspas, a situação em Itália», para fechar de imediato as fronteiras à circulação de pessoas.