Joseph Blatter garantiu este sábado que não irá concorrer às eleições para a presidência da FIFA, mas insistiu que ainda é o presidente em funções, numa entrevista ao jornal helvético Walliser Bote.
 
«Eu não sou um candidato, mas o presidente eleito», disse o dirigente da FIFA, acrescentando que a sua decisão de se ir embora «é um alívio», tanto para a FIFA, como para ele.
 
O esclarecimento surgiu depois de, na sexta-feira, Blatter já ter dito que não resignou ao cargo e que colocará antes o lugar à disposição no congresso extraordinário do organismo que gere o futebol mundial e que foi abalado por um escândalo de corrupção.
 
«Não me demiti, coloco antes o meu lugar à disposição durante um congresso extraordinário”, disse Blatter ao jornal suíço Blick, durante uma visita ao local onde será construído o futuro museu da FIFA, em Zurique.
 
A FIFA confirmou mais tarde as palavras do presidente do organismo, assinalando que Blatter utilizou a mesma expressão quando anunciou a 2 de junho que iria «colocar o lugar à disposição durante um congresso eleitoral extraordinário».
 
A 27 de maio, o Ministério Público suíço anunciou a abertura de um processo contra desconhecidos por suspeitas de fraude e lavagem de dinheiro no âmbito da atribuição das organizações dos Mundiais de 2018, à Rússia, e 2022, ao Qatar, enquanto a polícia helvética detinha sete membros da FIFA, num hotel de Zurique.
 
Também a 27 de maio, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
 
Dois dias mais tarde, a 29 de maio, Blatter foi reeleito para um quinto mandato consecutivo à frente da FIFA, mas acabou por se demitir, na sequência do escândalo de corrupção que atingiu o organismo que rege o futebol mundial.
O congresso eleitoral extraordinário a que Blatter se referiu deverá realizar-se entre dezembro deste ano e fevereiro de 2016, mas a data definitiva só será conhecida após uma reunião extraordinária do Comité Executivo, marcada para 20 de julho.