A Federação Iraniana de Futebol fez uma queixa à FIFA pelas declarações proferidas pelo alemão Jurgen Klinsmann e pediu a sua demissão do grupo de estudos técnicos.

O organismo iraniano entende que Klinsmann «fez juízos de valor» sobre a cultura do Irão, que referiu não ter ficado impressionado com o jogo do Irão diante do País de Gales (2-0), falando de uma pressão exercida sobre o árbitro.

«Disse que no jogo Irão-País de Gales, os jogadores ‘trabalharam’ o árbitro. Que isso não foi uma casualidade e que faz parte da cultura, da sua forma de jogar», refere o Federação daquele país, justificando que Klinsmann quis dizer que os jogadores pressionaram o árbitro.

Perante as afirmações do antigo jogador, que foi selecionador da Alemanha e dos Estados Unidos, o Irão pretende que o alemão de 58 anos se retrate sobre este assunto, que peça desculpa e que «se demita de membro do Grupo de Estudos Técnicos da FIFA».

«A seleção nacional do Irão convida o senhor Klinsmann a visitar a concentração da equipa em Doha, para conhecer a milenar cultura persa e os valores do futebol e do desporto», acrescentou o organismo iraniano.

Os responsáveis iranianos acrescentaram ainda que Klinsmann, como alemão, «não será julgado pelo episódio mais vergonhoso da história dos Mundiais, a ‘Desgraça de Gijón’ de 1982, quando Alemanha Federal e Áustria combinaram um resultado».

Também o selecionador iraniano, Carlos Queiroz, defendeu os seus jogadores e aproveitou para convidar Klinsmann a visitar o centro de treinos da seleção, para aprender sobre a cultura persa, mas também espera que o alemão se demita do grupo de estudos da FIFA antes dessa visita.

«Não importa o quanto eu possa respeitar o que fizeste dentro do campo, esses comentários sobre a cultura iraniana, a seleção iraniana e os meus jogadores são uma vergonha para o futebol. Ninguém pode ferir a nossa integridade se não estiver ao nosso nível, é claro», disse Queiroz, em resposta nas redes sociais.