Megan Rapinoe, a futebolista norte-americana que foi recentemente distinguida com a Bola de Ouro, defende que os jogadores deviam ter um papel mais ativo na sociedade. A jogadora, que além das suas qualidades sobre o relvado, também se destaca pelas constantes reivindicações sociais, particularmente na defesa das mulheres, considera que os seus homólogos masculinos também deviam aproveitar o protagonismo que têm no futebol para apontar para os problemas da sociedade.

«Às vezes apetece-me gritar: Cristiano, Messi, Ibrahimovic, ajudem-me! Estas grandes estrelas não participam em nada quando há tantos problemas no futebol masculino. Têm medo de perder tudo? Mesmo que acreditem nisso, não é verdade. Quem tiraria o Cristiano ou o Messi do futebol por uma declaração contra o racismo ou contra o sexismo?», pergunta a jogadora norte-americana numa entrevista ao France Football.

Mundial Feminino: elas deram o próximo passo

A campeão do mundo fala por experiência própria. «Esta Bola de Ouro compensa ambas as partes. Por um lado, sou muito boa futebolista. Por outro lado, as pessoas entendem que procuro ajudar a encontrar soluções para os problemas da nossa sociedade. A ideia é capacitar outros para que falem em voz alta», destacou.

No fundo, Rapinoe procura fazer render o seu talento para além dos campos de futebol. «Tenho a sorte de ter algum talento para liderar estas lutas. Estou cansada de viajar para conferências, reuniões… Mas enquanto houver coisas para melhorar neste mundo, vou estar na linha da frente», prosseguiu.

A jogadora norte-americana conquistou a sua primeira Bola de Ouro depois de se ter destacado no último Campeonato do Mundo em França. «Depois dos Jogos Olímpicos em 2016, decidi aplicar-me mais no meu trabalho. Queria mostrar-me melhor do que nunca, com a esperança de brilhar no Mundial de 2019. Sinto-me melhor fisicamente. Sei que estou melhor, sinto-me capaz de ocupar o lugar que me corresponde», comentou ainda a capitão dos Estados Unidos.