Fôlego de campeão. O empate arrancado pela Roma no terreno da Juventus (2-2), graças a dois golos nos últimos 11 minutos, mantém a equipa de Fabio Capello com todas as perspectivas de conquistar o scudetto e, mais importante ainda, acentua a crise de identidade da equipa de Turim que, como a sua principal estrela, Zinedine Zidane, afirmara durante a semana, jogava este domingo as últimas hipóteses de salvar uma temporada frustrante.
Perdendo uma oportunidade soberana para derrotar o actual grande dominador do calcio, a Juventus deixou também fugir o segundo lugar, transformando agora a Lazio no principal rival dos companheiros de Batistuta.
Com o Stadio dell¿Alpi a abarrotar, e com a cidade de Turim em estado de sítio, devido ao forte esquema de segurança montado pelas autoridades italianas, a Juventus não podia ter imaginado melhor começo: aos seis minutos vencia já por 2-0, com as vedetas (Del Piero e Zidane) a corresponderem em pleno às expectativas.
Surpreendida com esta entrada fulgurante, a Roma nunca conseguiu assumir o controlo das operações, e até aos 75 minutos esteve sempre mais perto o terceiro golo juventino do que a recuperação dos visitantes. Porém, os últimos minutos marcaram uma viragem decisiva no decurso do jogo e, porventura, do próprio campeonato.
Uma bomba da Nakata, a 25 metros da baliza (as câmaras da RAI registaram 108 km/h de velocidade no remate) bateu Van der Sar sem apelo e relançou a emoção. Os últimos minutos foram frenéticos, com a Juventus a desperdiçar uma boa ocasião de KO, mas a não resistir à tentação defensiva e a trocar Del Piero por Conte.
Erro fatal: já dentro dos cinco minutos de desconto concedidos pelo árbitro, um remate de Candela foi defendido para a frente por Van der Sar, surgindo Montella a fazer um golo cuja importância será melhor avaliada no final da temporada. Por agora, o caminho do scudetto parece desbravado para os homens de Capello.
Juventus-Roma, 2-2
(Del Piero, 4 m; Zidane, 6 m) (Nakata, 79 m; Montella, 90 m)