O presidente da Federação Inglesa de futebol (FA), Greg Clarke, renunciou esta terça-feira ao cargo, horas depois de uma referência inadequada aos «jogadores de cor», sobre a qual emitiu de imediato um pedido de desculpas.

«Confirmamos que Greg Clarke renunciou ao cargo de presidente», referiu a FA, numa nota oficial através da rede social Twitter, a meio desta tarde, anunciando que Peter McCormick vai ficar de forma interina no cargo no imediato, até à identificação e indicação de um novo presidente.

Durante uma reunião do Departamento para o Digital, Cultura, Media e Desporto (DCMS) de Inglaterra, esta terça-feira, Greg Clarke respondia a uma pergunta sobre a dificuldade de jogadores homossexuais manifestarem-se acerca do assunto, devido às reações em cadeia nas redes sociais.

«Se eu olhar ao que acontece a futebolistas femininas de destaque, a jogadores de cor de destaque, e ao abuso de que eles são alvos nas redes sociais… as redes sociais são gratuitas», afirmou.

Pouco depois, um membro do DCMS, Kevin Breenan, questionou se Clarke não quereria retirar a palavra «cor».

«Se eu disse isso, peço desculpa. Sou um produto de ter trabalhado no estrangeiro, trabalhei nos Estados Unidos muitos anos, onde fui obrigado a utilizar o termo ‘pessoas de cor’ e, às vezes, tropeço nas minhas palavras», argumentou Clarke, de 63 anos.

A FA emitiu também um pedido de desculpas adicional numa declaração posterior, antes de se confirmar a saída de Clarke do cargo.

As palavras do presidente demissionário motivaram reações de pessoas negras ligadas ao desporto, como o ex-futebolista Darren Bent, que considerou, via Twitter, que a referência do também vice-presidente da FIFA «foi um lapso horrível».

Clarke tinha dito também que «nunca pressionaria ninguém a revelar a sua sexualidade» e questionou se, «caso um jogador se assumisse orgulhosamente gay e feliz com a escolha, teria apoio dos seus companheiros no balneário».