André Onana, guarda-redes do Ajax, assumiu que uma equipa italiana fez marcha-atrás na intenção de contratá-lo há quase três anos devido à cor da pele.

«Disseram: 'Acreditamos que Onana é um grande guarda-redes, mas infelizmente não podemos contratá-lo. Um guarda-redes negro poderia trazer-nos muito problemas com os nossos seguidores. Claro que esta afirmação magoou-me, mas para ser sincero também fiquei feliz. Teria sido pior se tivessem pensado que era demasiado mau para eles», recordou em declarações ao diário generalista NCR, com sede em Amesterdão, referindo que o episódio deu-se após a final da Liga Europa em 2017 diante do Manchester United de José Mourinho.

«Não posso mudar o que sou. Por que razão deveria preocupar-me? Sou negro e africano e tenho orgulho nisso. Se não agrado a alguém porque sou negro, não há problema. Não me importa», acrescentou Onana, que revelou ainda um episódio recente que viveu num jogo da Taça da Holanda diante do Telstar, no qual foi alvo de insultos racistas. «O diretor-geral [Marc Overmars] perguntou-me se queria apresentar uma denúncia. Respondi-lhe: 'Uma denúncia por isto? Então terias de meter metade da Holanda na prisão'», disse.