Danny Rose, jogador do Tottenham, revelou que não vê a hora de deixar o futebol devido aos casos de racismo que têm assolado o desporto, mas, principalmente, pelas respostas, ou falta delas, das autoridades competentes.

«Já chega. Neste momento, eu só penso: 'Tenho mais cinco ou seis anos ainda no futebol, mas mal posso esperar para meter o futebol atrás das costas'. Ver como as coisas são feitas… tanto faz, não é? Já só quero sair disto», confessou o internacional inglês, citado pela imprensa britânica.

«É o que eu sinto. Tenho mais cinco ou seis anos e só quero aproveitar o jogo o mais possível. Há tanta política no futebol, que, sinceramente, mal posso esperar para meter o futebol atrás das costas», repetiu.

Estes casos têm sido uma constante, mas ganharam outros contornos recentemente com o jogo entre a Inglaterra e o Montenegro, a contar para a qualificação para o Euro 2020, que ficou marcado por cânticos racistas contra os jogadores britânicos, sendo Danny Rose um deles. Mas esta não foi a primeira vez, tendo em conta que o jogador de 28 anos já teria passado pelo mesmo também num jogo pela seleção inglesa, na altura, sub-21, em 2012, ao ouvir sons de macacos direcionados para si, chegando mesmo a ser alvo do arremesso de pedras por parte dos adeptos.

Rose expressou-se, ainda, contra a forma de como estes assuntos são geridos pelas entidades competentes e de como as mesmas são muito benevolentes para com as federações nacionais. Para exemplificar o seu argumento, o lateral esquerdo recorreu ao caso de quando o seu treinador Mauricio Pochettino foi suspenso por dois jogos por confrontar o árbitro Mike Dean após uma derrota com o Burnley em fevereiro.

«Claro que é triste [sentir-se desta maneira], mas quando os países são multados com aquilo que eu provavelmente gastaria numa noite em Londres, o que é que esperas? O meu treinador foi suspenso por dois jogos só por confrontar Mike Dean, mas um país só é multado com uma pequena quantia de dinheiro por ser racista. Mas é desta forma que estamos no futebol e até existirem punições duras, não há muito que possamos esperar», rematou o jogador.