Troy Deeney teve uma adolescência dura e aproveitou para revelar alguns dos episódios que viveu durante esse período. O avançado confessou que três pessoas o tornaram no homem que ele é atualmente.

«Três pessoas fizeram de mim o que sou hoje. A minha mãe, Emma Deeney, a pessoa mais forte que conheço, o meu pai, Paul Anthony Burke [padrasto], que decidiu que eu ficaria com o sobrenome da minha mãe, pela reputação que ele tinha em Birmingham. Mesmo sendo violento e abusivo relativamente a mim e à minha mãe, e tendo passado a maior parte da vida na cadeia, ele cuidou de mim, ensinou-me a jogar e futebol e amou-me. E eu amei-o», escreveu no livro «Redemption», citado pelo «The Sun». 

O jogador do Birmingham cresceu com a mãe, visto que o pai os abandonou quando Deeney era criança. O atacante inglês admitiu que vê o pai como um «dador de esperma».

«Colin Hemmings é o meu pai biológico. Ele deixou-nos quando eu ainda era um bebé e praticamente não me relacionei com ele.  Até há bem pouco tempo ficava zangado só de ouvir o seu nome. Uma rejeição destas deixa marcas numa criança e num homem e eu tenho tentado lidar com isso ao longo de toda a minha vida. Houve um período em que bebi muito, há uns 10 anos, e pensei que bebia porque não conseguia lidar com a morte. Mas as razões da minha infelicidade são antigas. Penso em Colin Hemmings como um dador de esperma, nada mais. Foi a única contribuição que fez na minha vida», explicou.

Deeney considerou-se um sortudo porque o homem a quem chamou pai cuidou dele, mas referiu que este era um criminoso. «Houve ocasiões em que ele foi violento comigo e com a minha mãe. Passou a vida dentro e fora da prisão», adiantou antes de recordar um episódio que viveu com o padrasto. 

«Era um jovem jogador no Walsall e ele veio ver-me jogar em Northampton. Quando saí, ele estava à minha espera com um Mercedes azul. Sabia que ele não tinha aquele carro aliás, ele nem tinha carro nem carta de condução. Nunca a tirou. Presumi que o carro fosse 'emprestado' e entrei. Ele colocou a música alta e falámos sobre o jogo. Entretanto parámos numa bomba de gasolina, a música parou e ouvi um som na bagageira do carro. 'Não te preocupes' disse-me ele. 'Que queres dizer?' perguntei. 'Está alguém lá dentro, mas vou deixá-lo sair em breve', respondeu e mencionou o nome de um traficante de droga. 'Ele deve-me dinheiro por isso trouxe-o para dar um passeio. Dei-lhe comida e ele está bem. Vamos deixá-lo mais tarde e aposto que vai pagar o que deve'. Eu estava a tentar fazer uma carreira no Walsall e estávamos ali às voltas com um traficante na mala do carro.»

Apesar de tudo, Deeney tem no padrasto «um super-herói».