Os jogos internacionais ficaram marcados por mais um episódio de racismo, desta feita com Sterling, internacional inglês, e Pep Guardiola, treinador do extremo no Manchester City, deixou no ar a possibilidade de abandonar os jogos quando a situação se repetir.

«Podemos fazer isso, sim [abandonar o relvado quando houver racismo]. Não estou sozinho no clube, teria de decidir juntamente com os dirigentes, o meu capitão e os meus jogadores – mas se todos nós concordados, podemos fazê-lo, porque não?», disse esta sexta-feira, na conferência de imprensa de antevisão à partida ante o Fulham.

«A situação muda quando se faz alguma coisa, se não é impossível, fica tudo igual. É por isso que é bom quando pessoas como ele [Sterling] se expressam, é bom para o nosso futuro e para a nossa sociedade», prosseguiu.

No entanto, Guardiola defende que a questão do racismo vai para além do futebol: «O problema não é sobre o futebol em si, é a sociedade, o que está a acontecer na sociedade, a extrema direita está a avançar e a mensagem que eles estão a mandar para ganhar votos, eleições, não nos deixa seguros. Não é um problema do futebol, é a própria sociedade. Eu acho que na Europa, não no futebol, está a piorar.»

O técnico catalão mostra-se a favor de todas as equipas se recusarem a jogar para evitar o racismo.

«O futebol é uma arma forte para defender os princípios da humanidade, há muito tempo as pessoas diziam que não se pode misturar política e futebol, mas isso não é verdade. Os políticos estão em toda a parte, os direitos humanos estão em toda a parte.»

«Há muito tempo, o Valência, de Guus Hiddink, não jogou porque havia uma bandeira nazista atrás da baliza. Quando o clube, os jogadores ou a organização decidirem fazê-lo, pela minha vontade vamos segui-los», revelou.