Um dia depois da épica vitória sobre o Dortmund na Liga Europa (4-3), os adeptos do Liverpool voltaram esta sexta-feira a Anfield para mais uma sentida homenagem às 96 vítimas da tragédia de Hillsborough, que há 27 anos deixou o clube de luto, num jogo da meia-final da Taça de Inglaterra frente ao Nottingham Forest. Com o acordo das famílias das vítimas, esta foi a última vez que a homenagem foi realizada em Anfield.

Uma homenagem que se estendeu a toda a cidade que, às 15h06 em ponto, hora a que o jogo fatídico foi interrompido, parou para um minuto de silêncio em homenagem às vítimas.

Já no estádio, a cerimónia, que contou com a presença de todo o atual plantel, liderado por Jürgen Klopp, bem como antigas glórias do clube, começou com a leitura dos nomes das 96 vítimas daquele que é considerado o maior desastre desportivo na Grã-Bretanha, ao som do hino «Abide With Me».

A herança de Hillsborough está por toda a parte

O padre Kelvin Bolton, que dirigiu a cerimónia, referiu que as famílias enlutadas e os adeptos «nunca caminharão sozinhos», em, alusão à música que acompanha a equipa do Liverpool em todos os jogos, mas também disse que não sentiu necessidade de cantar o «You’ll never walk alone» porque ainda conseguia ouvir os ecos da mesma música da noite anterior, em que esta foi cantada, em uníssono, pelos adeptos do Liverpool e do Dortmund (recorde aqui o momento arrepiante).

A equipa, tal como o treinador, Jürgen Klopp, foram recebidos com uma sentida ovação, bem como Kenny Dalglish, antigo jogador e treinador da equipa em 1989, ano do desastre que deixou profundas marcas no histórico clube.

O mais poderoso vídeo de homenagem a Hillsborough

Uma cerimónia que, como já dissemos, estendeu-se a toda a cidade, com os edifícios públicos com a bandeira da cidade a meia haste e a catedral a tocar os sinos por 96 vezes, uma por cada uma das vítimas. Os autocarros também assinalaram a homenagem com a mensagem «remembering 1996» Junto à indicação do destino.

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Em janeiro do presente ano, a associação das famílias das vítimas, decidiu que este seria o último ano em que a homenagem seria feita em Anfield. «Esperamos que o público e os adeptos respeitem esta decisão e continuem a recordar 1996 à sua maneira, talvez de uma forma mais privada», referiu Margaret Aspinall, presidente da associação das famílias das vítimas, que aproveitou para agradecer também ao Liverpool ter recebido as homenagens nos últimos 27 anos.