Depois da loucura do mercado ao longo de toda a última segunda-feira, apenas três das cinco principais ligas europeias [Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França], conhecidas como as Big-5, não contrataram jogadores, como indica uma análise realiza pelo jornal L’Equipe. Isto é, num universo de 98 clubes apenas três não mexeram nos respetivos planteis. Entre os três que resistiram à tentação, por motivos diferentes, está o poderoso Real Madrid, além do Valencia e do Bordéus.

O mercado fechou portas, nas cinco grandes ligas, na segunda-feira à noite, mas os três referidos clubes não fizeram uma única contratação ao longo de todo o período em que a janela esteve aberta, nem mesmo uma contratação a custo zero [os regressos de jogadores que já tinham contratos e as promoções dos escalões inferiores não foram tidos em conta nesta análise].

Invertendo estas contas, 95 dos 98 clubes das Big-5 [têm todas 20 clubes, menos a Bundesliga que tem apenas 18], contrataram, pelo menos, um jogador, boa parte deles mais do que um. As três exceções explicam-se por motivos diferentes.

O Real Madrid, que normalmente é um dos principais agitadores do mercado, é o caso mais insólito, mas, por outro lado, o campeão espanhola tem um dos planteis mais extensos da Europa e, só neste defeso, recuperou três jogadores que estavam emprestados: Martin Odegaard (Real Sociedad), Alvaro Odriozola (Bayern Munich) e Andriy Lunin (Real Oviedo).

Além disso, o clube merengue reduziu significativamente a sua massa salarial com as vendas de Achraf Hakimi (Inter Milão, 40 milhões de euros), Sergio Reguilon (Tottenham, 30M€) e Oscar Rodriguez (Sevilha, 13,5M€). O clube de Madrid prescindiu ainda de James Rodríguez (Everton, livre) e Gareth Bale (Tottenham, empréstimo).

Em resumo, o Real Madrid acumulou mais de 100 milhões de euros em receitas com vendas e não gastou um cêntimo em contratações, um forte contraste com os 350 milhões investidos no ano anterior.

O Caso do Valencia é bem distinto. O clube onde jogam os portugueses Thierry Correia e Gonçalo Guedes está sob intervenção financeira e, além de não comprar, deixou sair muitos dos seus principais jogadores, como foram os casos, entre outros, de Rodrigo, Ferran Torres, Francis Coquelin e Dani Parejo. O clube teve um saldo positivo de pouco mais de 60 milhões de euros e recompôs o plantel com alguns regressos e jogadores provenientes da formação.

O Bordéus, por sua vez, tem vindo, desde a saída de Paulo Sousa da equipa técnica, a fazer um esforço para reduzir a sua massa salarial e, neste período, despendeu 15 milhões de euros em indemnizações e não contratou um único jogador, o que já não acontecia desde 2012.