Durante a longa conferência de imprensa de apresentação como treinador do Tottenham, José Mourinho foi convidado a explicar uma frase proferida em 2015 quando treinava o Chelsea. O português, lembre-se, disse que nunca iria treinar os «spurs» porque amava demasiado os adeptos blues.

«Isso foi antes de ser despedido (risos). É o futebol moderno. Quando o meu pai era jogador, e antes da Lei Bosman, os jogadores tinham de ficar 20 anos no mesmo clube. Todos os dias com os mesmos colegas no balneário. Em relação aos jogadores, a Lei de Bosman mudou isso. Já quanto aos treinadores - muito por vossa causa [jornalistas] -, nós perdemos estabilidade. Há muita pressão, é tudo demasiado rápido, inclusive as relações. Os jogadores ficam cansados dos colegas e dos treinadores, por isso mudam», explicou o técnico de 56 anos.

«Quando fui para o Manchester United... Se ficasse em Inglaterra apenas pelo Chelsea, teria de esperar por uma terceira oportunidade. E provavelmente, essa terceira oportunidade significaria outra Premier League. Porque sempre que vou para lá conquisto a Premier League. Mas fui para o Manchester United com a mente limpa, com todo o coração, mesmo apesar das coisas de que não gostei tanto. Mas adorei tudo no Man. United: os adeptos, as pessoas que trabalham no clube. E agora é o Tottenham, onde penso que posso ser muito, muito feliz. E fazer as pessoas felizes. Agora não há ninguém no mundo que queira que este clube ganhe e tenha sucesso mais do que eu. No máximo querem tanto como eu, mas ninguém quer mais. O Chelsea é passado. Um grande passado. Dois períodos de títulos. Mas é passado», acrescentou.

Mourinho sucedeu a Pochettino no comando técnico dos londrinos e assinou um contrato válido por três anos.