O selecionador inglês de futebol feminino, Phil Neville, rejeitou esta segunda-feira acusações de ser misógino e considerou possuir carácter e estatuto para ser um exemplo.

A decisão de contratar o antigo defesa foi questionada na semana transata, nomeadamente pela falta de experiência deste como técnico, na sequência das mensagens escritas há seis anos no Twitter, consideradas sexistas e misóginas.

«O meu caráter resiste a qualquer acusação que me façam. Sempre tive uma postura reta na minha vida. Penso que sou respeitado no mundo do futebol», referiu Neville, citado pela Lusa.

Confrontado pela primeira vez acerca dos tweets escritos em 2011 e 2012, quando ainda representava o Everton, o mais velho dos irmãos Neville reconheceu que «não são corretos hoje, nem naquela altura».

Em 2012, Neville chegou a escrever que as mulheres «deviam estar ocupadas a preparar o pequeno-almoço, a vestir as crianças e a fazer as camas, ao invés de estarem a assistir a críquete como os homens».

No anterior, escreveu que as mulheres «sempre quiseram a igualdade até chegar à altura de pagar as contas», enquanto noutro tweet escreveu «relaxem, voltei mais calmo, acabei de bater na mulher. Sinto-me melhor agora».

Neville justificou esse tweet, ao afirmar que se estava a referir os jogos de ténis de mesa e de basquetebol que ganhou à mulher durante as férias, mas admitiu estar desapontado por ter usado uma linguagem que sugere violência doméstica.

«Não quis fazer piada com a violência doméstica», asseverou. Aos 41 anos, Neville assumiu o cargo de selecionador inglês de futebol feminino, depois de uma experiência como adjunto na seleção de sub-21 da Inglaterra, no Manchester United e no Valência.

Na sua opinião, este currículo é suficiente para desempenhar as atuais funções: «Treinei os melhores jogadores no futebol masculino, de topo mundial, e acredito que as jogadoras que integram a seleção inglesa também pertencem à elite do futebol. Para estarmos em terceiro lugar no ‘ranking’ mundial, penso que precisam de um treinador com a minha experiência.»