Crise em Old Trafford. O Manchester United de José Mourinho voltou a perder, pela terceira vez consecutiva, em pouco mais de uma semana. Primeiro no dérbi com o City, depois em Roterdão na estreia na Liga Europa, diante do Feyenoord, e agora, de forma categórica, em Vicarage Road, diante de um Watford que foi superior em todos os capítulos do jogo.

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José Mourinho vai ter muito que explicar, uma vez que este domingo recuperou o seu melhor onze que nunca funcionou diante da endiabrada equipa do Watford que revelou ter um coletivo bem mais consistente do que aquele que chegou do Teatro dos Sonhos.

O treinador português tinha desvalorizado a Liga Europa e concentrado toda a sua atenção no jogo de domingo, montando uma equipa ofensiva para voltar às vitórias e manter a distância de três pontos para o City que, na véspera, tinha somado a quinta vitória em outros tantos jogos. Um ataque que contava com uma linha com Rashford, Rooney e Martial no apoio direto a Ibrahimovic.

Um ataque de respeito, mas que deixava o meio-campo entregue apenas a Fellaini, pouco dado à construção do jogo, e a Paul Pogba, ainda muito lento neste arranque de temporada. Um deficit que foi evidente desde o início do jogo, com o Watford a assumir as rédeas do jogo, tomando precisamente conta da zona central do terreno, abrindo facilmente o jogo para as alas e colocando muitas dificuldades à defesa do United.

A primeira oportunidade do jogo foi mesmo para a equipa da casa. Cruzamento de Holebas, desvio de cabeça de Prödl com Deeney a chegar ligeiramente atrasado para o desvio junto ao segundo poste, já com De Gea batido. Três minutos volvidos, o guarda-redes espanhol foi mesmo decisivo ao evitar uma potente cabeçada de Prödl. O United tinha dificuldades em responder e o melhor que conseguiu, neste período, foi um remate de Ibrahimovic às malhas laterais.

Paul Pogba ainda levantou as bancadas, com um remate do meio da rua que foi devolvido pela trave, mas quem de facto jogava à bola era o Watford e o primeiro golo chegou logo a seguir, aos 34 minutos. Um lance começa sobre a direita com Britos a roubar a bola a Martial, aparentemente em falta não assinalada pelo árbitro. Janmaat prossegue o lance e cruza atrasado para o remate de Capoué. De Gea ainda toca na bola, mas não consegue evitar o golo.

Além do golo, Mourinho teve de prescindir de Martial que ficou lesionado no lance já depois de ter estado a receber assistência devido a uma violento choque de cabeças com Pröd. Entro Ashley Young, mas o Watford continuou a incomodar até ao intervalo.

Esperava-se uma reação mais determinada do United na segunda parte, mas a verdade é que a equipa da casa continuou a jogar olhos nos olhos e a olhar com insistência para a baliza de De Gea. O jogo ficou mais aberto, com parada e resposta e o United chegou ao empate, aos 63 minutos. Ataque rápido do United, com Ibrahimovic a cruzar da esquerda. Rashford tenta primeiro de cabeça, a bola bate num adversário e, na recarga, o jovem avançado atira a contar. Mourinho respirava de alívio junto à linha, mas o jogo estava longe de estar a mudar.

O Watford não baixou os braços e manteve a pressão intensa, diante de um United agora mais empolgado com o golo do empate. Ibrahimovic ainda ameaçou a reviravolta, com uma cabeçada a cruzamento de Fellaini, mas foi o Watford que voltou a marcar para desespero do treinador português. Amrabat, sobre a direita, abriu para Pereyra que, por sua vez cruzou atrasado para o remate de primeira de Zuñiga que tinha acabado de entrar em campo. Um lance em que a defesa do United ficou aos papéis, com Juan Mata a deixar o autor do golo à vontade para a finalização.

Mourinho não escondeu o seu descontentamento junto à linha, mas ainda faltava a estocada final. Já em tempo de compensação, falta clara de Fellaini sobre o mesmo Zuñiga e, na conversão do castigo máximo, o capitão Deeney atirou com toda a força que tinha para as redes de De Gea. Mourinho deixou o banco e dirigiu-se para o balneário.

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