As comparações madrugadoras com Lionel Messi foram um entrave para a carreira de Bojan Krkic. Quem o diz é o próprio avançado, hoje no Stoke City, equipa que joga na segunda liga inglesa.

O hispano-sérvio de 28 anos foi, na primeira década dos anos 2000, um dos jogadores e goleadores mais cotados da formação do Barcelona. Como o próprio recorda, os dez golos na liga espanhola, na primeira época de sénior - 2007/2008 - foram meio caminho andado para comparações que suscitaram alguma pressão nos meandros da sua carreira.

«No primeiro ano, marquei dez golos na liga espanhola. As pessoas começaram a dizer: «Sim, o novo Messi». Não podes fazer nada acerca disto. Em suma, conheço as minhas qualidades e sei que não sou o Messi. Sou o Bojan», referiu, em entrevista à BBC.

Ao fim de quatro épocas na equipa principal dos catalães, Bojan rumou a Itália e lá jogou entre Roma e Milan, de 2011 a 2013. O rótulo de «novo Messi» continuou. A pressão, idem.

«Não é fácil. O Messi marca três golos a cada jogo. Se marcas um golo, não és o Messi. Quando fui para a Roma e para o Milan, não fui como Bojan, mas como uma nova estrela, um novo Messi. Jogar bem não é suficiente. Precisas de ser o melhor, precisas de ser o Messi. Foi o que não me ajudou», confessou o jogador do Stoke, que demonstra hoje a felicidade por fazer carreira em solo britânico.

«Em Inglaterra, é onde me sinto mais respeitado»

Bojan rumou a Inglaterra e ao Stoke em 2014. Desde então, ficou sempre ligado ao emblema inglês, apesar de empréstimos ao Mainz e Alavés pelo meio. O internacional espanhol recordou um episódio em Itália para ilustrar a satisfação por estar onde hoje está.

«Quando estava na Roma perdemos um jogo e os adeptos esperaram-nos no campo de treinos. No jogo seguinte, era o jogo do ano, contra a Lazio. Disseram-nos: «Não há desculpa para não ganhar». Não o disseram de bom tom. Em Inglaterra não sentes isso. Podes desfrutar a jogar. Em Inglaterra, é onde me sinto mais respeitado fora de campo. Sinto-me orgulhoso da minha carreira, mais em Inglaterra do que em Espanha. Há diferentes mentalidades», comparou Bojan.