O ato de exibir mensagens escritas por baixo da camisola de jogo vai passar a ser punido já a partir da fase final do Campeonato do Mundo, qualquer que seja o teor da frase e mesmo que o jogador não tire por completo a camisola.

Essa foi a decisão mais mediática da reunião deste sábado, em Zurique, do International Board, a entidade responsável pelas alterações à lei do jogo, cujas deliberações são aplicadas. A proibição, que já exisitia em relação a quaisquer referências políticas, religiosas ou comerciais, estende-se agora a qualquer tipo de mensagens pessoais e dedicatórias.

A medida foi proposta inicialmente pela Federação Inglesa, com o objetivo de «dar consistência» à regulamentação sobre a matéria. Segundo a decisão tomada neste sábado, os jogadores que incorrerem neste comportamento não serão advertidos pelos árbitros, mas sim punidos à posteriori pela entidades organizadoras dos jogos.

O International Board rejeitou também pronunciar-se sobre uma proposta da UEFA para rever a chamada tripla punição em lance de golo iminente (lances castigados com livre direto ou grande penalidade, expulsão e suspensão do jogador para a partida seguinte).

O representante da federação escocesa, Stewart Regan, esclareceu os fundamentos da recusa: «Não queremos voltar aos tempos em que alguns guarda-redes, sabendo que não seriam expulsos, se limitavam a derrubar avançados isolados. Para muitos de nós, a proposta da UEFA reabre a porta a faltas cínicas e calculistas», frisou. Assim o International Board decidiu enviar a proposta para dois painéis especializados, retomando o tema em futuras reuniões.

O International Board decidiu também manter o recurso à tecnologia limitado às decisões de linha de baliza, recusando estender o âmbito de auxílio àarbitragem através de câmaras e meios eletrónicos. Na mesma reunião foi decidido prolongar os estudos que avaliam a aplicação de suspensões temporárias em vez de cartões amarelos antes de tomar qualquer decisão e foi ainda autorizado o uso de turbantes, véus e acessórios que permitam cobrir a cabeça por motivos religiosos aos jogos masculinos, como já era o caso nos femininos.