A justiça desportiva italiana resolveu não punir o Cagliari pelos insultos racistas de adeptos do clube a Sulley Muntari, médio ganês que alinha no Pescara.

Recorde-se que o jogador abandonou o relvado já perto do final do jogo, numa atitude de frustração após ter visto negado da parte do árbitro um pedido para que parasse a partida na sequência de insultos de adeptos da equipa adversária. O jogador foi admoestado com o cartão amarelo por protestos, sendo que o juiz registou ainda no relatório de jogo um segundo cartão amarelo e consequente expulsão.

Ainda sobre o Cagliari, o clube do internacional português Bruno Alves acabou por não ser sancionado porque os insultos racistas a Muntari não terão partido de mais do que dez adeptos, menos de um por cento do que total de ocupantes do sector do estádio em questão, número insuficiente, à luz da lei, para justificar a aplicação de um castigo.

Entretanto, a Associação dos Jogadores de Futebol (FifPro) condenou «qualquer tipo de discriminação» e exigiu que as autoridades italianas investiguem e tomem medidas firmes na sequências dos insultos a Muntari.

«Instamos as autoridades italianas a ouvir a versão de Muntari, a apurar por que razão a situação foi tão mal gerida e a tomar medidas firmes para garantir que não se repita», lê-se no comunicado emitido pela FifPro.

«A FifPro considera que o cartão amarelo exibido a Muntari deve ser retirado. Ele tinha toda a razão ao abordar o árbitro Daniele Minelli para lhe dar conta do que se estava a passar e para que fosse tomada uma atitude», pode ler-se ainda.

Entretanto, o médio ganês criticou a forma como o árbitro geriu a situação. «Eu tentei falar com eles [adeptos que proferiam cânticos racistas], mas o árbitro disse-me para parar de o fazer. Foi isso que me enervou. Por que é que em vez de terminar a partida, ele se virou contra mim? Os adeptos são responsáveis, mas o árbitro deveria ter feito algo diferente em vez de me acusar», disse Muntari.