Um ano após ter trocado o Nápoles pelo Chelsea, Maurizio Sarri regressou a Itália para orientar a Juventus. A decisão do técnico de 60 anos não foi bem vista pelos napolitanos, principais rivais da Vecchia Signora na Serie A, grupo onde está inserido o presidente do clube, Aurelio Di Laurentiis.

«Maurizio é um bom treinador. Não venceu aqui e pode nem vencer em Turim», começou por dizer ao Corriere della Sera, antes de desenvolver o raciocínio.

«Sou a favor da liberdade, por isso respeito a sua escolha. Cada um é livre de fazer o que entender desde que assuma a responsabilidade. Nunca acreditei no amor absoluto de Sarri pelo Nápoles e o tempo deu-me razão. Acredito no casamento e estou aqui há 15 anos, embora uma parte dos adeptos me tenha tentado afastar. O mais importante é permanecer fiel à causa e amar as nossas cores. Escolhi com o coração.»

O dirigente do Nápoles explicou ainda como trabalha Sarri e o tipo de relação que mantém com os jogadores. «Sarri trabalha 15 horas por dia e para ele só existe o relvado. Não tem tempo para criar laços, pelo menos no local de trabalho. Em três anos aqui acho que ele nunca participou num jantar de equipa. Pensa só no trabalho de campo, na gestão dos jogadores e nos jogos. Tudo o resto é um mundo que não lhe pertence e isso pode ser bom ou mau. Agora Sarri lidera a Juventus e colocou a máquina em movimento. Entendo a deceção napolitana, visto que os adeptos vivem o futebol de forma profunda e penso que Sarri levou um pouco da sua alma», sustentou.

Di Laurentiis comparou ainda Ancelotti e o novo técnico da Juventus. «Sarri é um homem dos adeptos, faz tudo para lhes agradar. Carlo é um homem de negócios, uma pessoa com quem é agradável conversar sobre vários temas», afirmou.

O presidente do Nápoles terminou a entrevista sublinhando que «será divertido quando Ancelotti derrotar Sarri».