«Acabou-se».

Foi esta a palavra de Joaquín ao sentar-se no balneário após um dos momentos altos da noite desta terça-feira, dia do adeus definitivo à carreira como futebolista, consumado num jogo de homenagem no Estádio Benito Villamarín.

Depois de ter sido substituído aos 60 minutos com um grande tributo no relvado, Joaquín foi filmado a encaminhar-se para o balneário. Antes de lá chegar, foi surpreendido pela mulher e pelas filhas. Os quatro deram um abraço emotivo e prolongado e Joaquín seguiu, depois, caminho para o balneário. Tirou a camisola, beijou-a, colocou-a no cabide e respirou fundo.

A emoção de Joaquín no caminho para o balneário:

Numa noite de festa com Joaquín como protagonista, a equipa do Betis, treinada por Manuel Pellegrini e composta por atuais e antigos históricos do clube, venceu por 6-4 uma equipa quase 100 por cento espanhola (com nomes como Casillas ou Raúl), orientada por José Antonio Camacho.

Joaquín, de 41 anos – que já tinha sido homenageado no último jogo oficial, no domingo, ante o Valência – foi quem deu o maior contributo no marcador para o Betis, com dois golos. Oliveira, Rubén Castro, Juanmi e Marcos Assunção marcaram os restantes. Para os visitantes, marcaram Cazorla, Nolito por duas vezes e Sergio León.

Na equipa do Betis começaram Doblas, Ruibal, Juanito, Rivas, Miranda, Marcos Assunção, Joaquín, Denilson, Fernando, Borja Iglesias e Oliveira. Do outro lado alinharam de início Iker Casillas, Marchena, Sergio Ramos, Angulo, Capdevilla, Guti, Ceballos, Baptista, Luque, Cazorla e Raúl González. Outros nomes, como Duda, Saviola, Bellerín, Roberto Carlos, Reina ou Van Nistelrooy compuseram a formação visitante.

O momento arrepiante na substituição:

Após o apito final, não faltou emoção e os adeptos gritaram para a sua continuidade. «Joaquín, fica», cantaram, nas bancadas, numa altura em que o espanhol dava uma volta de honra pelo relvado, junto da mulher e das duas filhas.

Joaquín foi também levado ao ar pelos colegas e compatriotas e falou muito emocionado perante a plateia.

«Não é que seja difícil falar, é que não sei se vou conseguir. Não sei o que fiz para tanto carinho, sinceramente. Se me permitem, quero começar por agradecer a todos os meus companheiros que vieram hoje e que estiveram comigo num dia tão especial. Também a todos os que tornaram possível que hoje seja um dia feliz: o protocolo do clube, o merchandising, as redes sociais, a bilheteira. Todos os que trabalham nos bastidores e os que não são vistos, sem eles não seria possível», sublinhou, lembrando também os seus e os responsáveis do clube.

Um dos golos de Joaquín:

«A minha família, a minha mulher, as minhas filhas: obrigado por estarem aí sempre. Vou-me como futebolista, mas tenho a sorte de continuar a trabalhar convosco lado a lado para estes adeptos que são os melhores do mundo», referiu.

Seguiu-se o hino do Betis, um último cântico do público para Joaquín e fogo de artifício, numa noite para a história de um dos jogadores espanhóis mais marcantes do novo século, pelo que jogou e também pela sua personalidade. Uma lenda.