O escândalo de corrupção na FIFA fez mais 16 acusados pela justiça norte-americana, entre eles o ex-presidente da Federação de Futebol do Peru Manuel Burga, que foi detido na noite de sexta-feira em Lima, capital peruana, quando saia da sua casa.

«Estou calmo (…) Não recebi subornos», disse Burga, que era alvo de um mandado de captura internacional, acrescentando que está determinado em «esclarecer as acusações» que pendem contra si.

Sexta-feira foi também detido, n os Estados Unidos, o secretário-geral da federação de futebol da Guatemala, Héctor Trujillo, igualmente visado na mais recente vaga de acusados de corrupção na FIFA.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou esta semana a existência de 16 novos acusados, oito dos quais admitiram a sua implicação no caso. Entre eles figuram os vice-presidentes da FIFA, detidos na cidade suíça de Zurique: o hondurenho Alfredo Hawit Banegas e o paraguaio Juan Angel Napout.

Recorde-se que o escândalo de corrupção na FIFA eclodiu em maio, a dois dias da reeleição de Joseph Blatter como presidente do organismo máximo do futebol mundial, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou à acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes.

No início de junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, que foram marcadas para 26 de fevereiro de 2016. A 25 de setembro, o Ministério Público suíço instaurou um processo criminal a Blatter, que foi interrogado na qualidade de arguido, por suspeita de gestão danosa, apropriação indevida de fundos e abuso de confiança. Já a 8 de outubro, Blatter, o secretário-geral da FIFA Jérôme Valcke e o presidente da UEFA Michel Platini foram suspensos por 90 dias pelo Comité de Ética da FIFA, por implicação no escândalo de corrupção que atingiu a instituição.

Na base das suspensões estão os inquéritos que decorrem no próprio órgão da FIFA, ainda que vários outros responsáveis do organismo mundial estejam também a ser investigados pelas autoridades suíças e norte-americanas.