O futebolista argentino Lionel Messi reconheceu não ter gostado da sua própria atitude no jogo entre a Argentina e os Países Baixos, do Mundial 2022, nomeadamente o festejo Topo Gigio, popularizado no passado pelo compatriota Juan Román Riquelme e alegadamente dirigido ao então selecionador neerlandês, Louis Van Gaal.

«Saiu no momento. Eu sabia tudo o que tinham comentado antes do jogo, o que ele [ndr: Van Gaal] tinha comentado. Até alguns dos meus colegas disseram: “Viste o que ele disse?”. E bem, terminado tudo isso, não gostei do que fiz. Mas são momentos de muita tensão, de muito nervosismo e passa tudo muito rápido. Cada um reage como reage, mas não estava nada pensado. Foi acontecendo. Não gosto de deixar essa imagem, mas também são coisas que acontecem», afirmou, no programa Perros de la Calle, na rádio Urbana Play, na primeira grande entrevista após a conquista do Mundial 2022.

Messi assumiu ainda que gostaria de ter recebido o troféu das mãos de Diego Maradona. «Gostaria que Maradona me tivesse entregue a taça. Ou, pelo menos, que visse a Argentina campeã, da forma como ele amava a seleção. Lá de cima, tanto ele como muitos que me querem bem fizeram força», referiu.

O atual jogador do Paris Saint-Germain diz que não falta mais nada depois da conquista do Mundial 2022. «Já está, não falta nada. Consegui tudo pela seleção, como sempre sonhei. Tudo na minha carreira, com o Barcelona e a nível individual. Quando comecei, nunca imaginei que fosse fazê-lo desta forma, que ia acontecer tudo isto. Deus tinha isto guardado para mim. Não houve melhor momento do que este, como não havia melhor momento para a Copa América [ndr: conquistada em 2021], no final da carreira, neste momento. Agradeço todos os dias, não posso pedir mais», sublinhou.

Messi explicou ainda o beijo que deu no troféu do Mundial, quando foi receber ao palanque a distinção de melhor jogador do torneio. «Vi-a ali e não podia não fazer o que fiz, porque estava a chamar-me. A taça chamava-me», disse.

A Argentina venceu a França no desempate por grandes penalidades e Messi assume que não voltou a ver o encontro na íntegra. «Vi resumos, jogadas, muitos festejos de quando fomos campeões do mundo. Mas a final em si, os 90 minutos, não os vi», partilhou, dizendo que o encontro mais difícil no Mundial realizado no Qatar foi frente ao México, na segunda jornada da fase de grupos, após a derrota com a Arábia Saudita. «Foi o mais difícil, por tudo o que nós jogávamos e foi o que pior jogámos, porque tínhamos de ganhar ou ganhar e isso faz com que jogues de forma diferente», analisou.