O Atlético Madrid foi chamado à terra no quinto teste da pré-temporada frente à filial mexicana do Atlético San Luis. Diego Simeone, desta vez, testou João Félix mais colado a Diego Costa, mas a experiência parece não ter resultado, com o internacional português mais longe do jogo, com apenas duas assistências açucaradas que o avançado não conseguiu transformar em golo.

A verdade é que a equipa mexicana chegou ao intervalo a vencer e a formação de Madrid só se conseguiu impor na segunda parte depois da entrada do dinâmico Ángel Correa.

Confira a FICHA DO JOGO

Depois de quatro jogos de encher o olho, o Atlético deixou, pela primeira vez, uma sensação de desilusão. Um jogo em que, como já dissemos, Diego Simeone testou uma nova posição de João Félix que, depois de ter jogado sobre o flanco direito nos primeiros testes, desta vez jogou nas costas de Diego Costa, no apoio direto ao goleador colchonero, com Vitolo sobre a direita e Lemar no lado contrário. Um jogo que também permitiu a estreia de uma dupla de centrais com o ex-FC Porto Felipe e jogar pela primeira vez ao lado de Savic.

O Atlético, com o equipamento alternativo [azul escuro com números vermelhos], até entrou bem no jogo, assumindo desde logo a iniciativa, abrindo o jogo a toda a largura do terreno, à procura de espaços para chegar à área do San Luis. Lemar com uma arrancada sobre a esquerda, assinou o primeiro remate do jogo, mas a verdade é que, ao fim de dez minutos, a equipa da casa começou a crescer.

O Atlético Madrid, por seu lado, começou a perder velocidade, perdeu também a bola e começou a revelar algumas fragilidades nas transições defensivas. Noé Maya colocou Oblak pela primeira vez à prova e logo a seguir a equipa da casa chegou mesmo ao golo. Felipe, com um passe tenso, atrasou para o guarda-redes esloveno que se precipitou e colocou a bola nos pés de Ian González. O avançado rematou cruzado ao poste e a bola sobrou para o argentino Nicolas Ibañez que, na recarga, atirou a contar. Por curiosidade, o autor do golo pertence ao Atlético e foi cedido à filial mexicana.

A equipa espanhola procurou reagir e, seis minutos depois, até teve uma oportunidade soberana para empatar. Grande passe de João Félix a colocar a bola sobre a defesa mexicana, para destacar Diego Costa que, de costas para a baliza, controlou com a coxa antes de rematar à meia volta, levando a bola à trave. Foi o melhor lance da equipa do Vicente Calderón que continuou a revelar muitas dificuldades até ao intervalo.

João Félix acabou depois por descair para a direita, com Vitolo a Lemar a procurarem terrenos mais interiores, deixando os corredores abertos para as subidas dos laterais Trippier e Lodi. O problema esteve nas transições defensivas. Supostamente, Koke e Saul deviam compensar as subidas dos laterais, mas a verdade é que os mexicanos, em velocidade, iam colocando em evidência os desequilíbrios dos colchoneros.

A Alma de Correa e reviravolta feliz

Quadro completamente diferente na segunda parte. O At. San Luis regressou com um onze totalmente remodelado, enquanto o Atlético fez apenas três alterações de início antes de acabar por substituir todos os jogadores que iniciaram o jogo já a meio a segunda parte. Mas nesta primeira remodelação, Diego Simeone prescindiu de Felipe, que acabou por ficar ligado ao primeiro golo, e o apagado Vitolo, para reconstruir a dupla de centrais Hermoso/Savic e lançar Ángel Correa. O médio argentino acabou por encaixar que nem uma luva na equipa, trazendo a garra que faltou na primeira parte e o Atlético Madrid cresceu a olhos vistos.

A equipa espanhola assumiu finalmente a condução do jogo e multiplicou-se em oportunidades para empatar. O San Luis acabou por resistir até à segunda onda de mudanças, com Simeone a trocar os restantes titulares, incluindo João Félix. O Atlético Madrid, agora também com Herrera em campo, continuou a dominar a partida e, aos 72 minutos, acabou mesmo por chegar ao empate. Centro bem medido do lateral Carlos Muñoz para a cabeçada certeira de Camello, um jovem avançado de 18 anos proveniente da cantera colchonera.

O jogo ficou mais aberto nos instantes finais e, aos 83 minutos, o Atlético acabou mesmo por virar o resultado, com alguma felicidade. Grande abertura de Riquelme a destacar Manú Sánchez que, com espaço, cruzou tenso para a área onde Portales, na tentativa de intercetar a bola, acabou por desviá-la para as próprias redes. Estava consumada a reviravolta. O jogo seguiu vivo até ao final e os mexicanos ainda ameaçaram o empate antes do apito final.

Um teste que terá, com certeza, servido para Diego Simeone tirar muitas notas. O Atlético Madrid ainda vai defrontar a Juventus, em Estocolmo, em mais um jogo da International Champions Cup, antes de se estrear na liga espanhola frente ao Getafe.