Johan Cruyff considera que a atribuição da Bola de Ouro a Cristiano Ronaldo foi «um absurdo», tendo em conta a pobre prestação do internacional português no Campeonato do Mundo do Brasil em 2014. A antiga estrela da seleção da Holanda, também ele vencedor de três Bolas de Ouro (1971, 1973 e 1974), defende que, em ano de Campeonato do Mundo, este prémio deve destacar não apenas os feitos individuais de cada jogador, mas também uma boa prestação na fase final do Mundial. Neste sentido, o antigo treinador do Barcelona considera que Toni Kroos teria sido «um justo vencedor».

«Ao mais alto nível, tudo se resume a uma combinação das qualidades individuais e as conquistas coletivas. Desse ponto de vista, é um absurdo dar o troféu em dois anos consecutivos ao mesmo jogador sem que este tenha ao mesmo tempo jogado bem ou ganho mais troféus em ambos», escreve Johan Cruyff na sua habitual coluna no jornal holandês De Telegraaf.



O antigo jogador explica melhor os seus critérios. «Em 2013, o Bayern Munique ganhou tudo o que havia para ganhar, mas foi Cristiano Ronaldo que ganhou o prémio em vez de um jogador como Toni Kroos ou outro qualquer do Bayern. Em 2014, Kroos voltou a ser um jogador-chave na equipa que ganhou o Campeonato do Mundo, mas mais uma vez nem esteve entre os três finalistas. Ronaldo passou completamente ao lado do Mundial», escreveu ainda Cruyff.

A fechar a sua coluna, o antigo internacional holandês acaba por retirar prestígio ao prémio que também o consagrou. «Sejamos claros, já não posso levar este prémio da FIFA a sério», remata o antigo número catorze.