Três dias após bater o Tottenham de José Mourinho, o Manchester United deu novas mostras daquilo que já foi um dia: uma grande equipa.

Na visita ao terreno do Manchester City, equipa que tem dominado o futebol inglês nos últimos anos e que relegou o rival para um desconfortável estatuto secundário na cidade, os red devils impuseram-se por 2-1 e podem bem ter posto um fim às ténues esperanças dos homens de Guardiola em conquistarem um inédito tricampeonato.

Bernardo Silva foi titular nos citizens e o co-responsável pelo primeiro soco no estômago da equipa da casa. Um derrube a Rashford na grande área ainda escapou ao crivo do árbitro, mas o VAR deu ordem para a marcação do castigo máximo.

No frente a frente com Ederson, Rashford foi gélido: esperou que o ex-Benfica escolhesse um lado e atirou para o outro aos 23 minutos.

Em vantagem no marcador, o Manchester United manteve-se firme à estratégia que trouxe do outro lado da cidade. Defensivamente coeso, a consentir ao adversário o domínio territorial e à espreita do contra-ataque.

Antes do 2-0, da autoria de Martial aos 29 minutos, o United já havia beneficiado de duas soberanas ocasiões para ampliar o marcador, ambas por Rashford e uma delas a esbarrar na barra.

O Manchester City terminou o jogo com mais de 70 por cento de posse de bola, o dobro dos remates e 16 cantos contra apenas três.

Foi a melhor equipa em campo? Se melhor é ser mais concentrado, comprometido e organizado, não.

Quando os defesas dos red devils não davam para as encomendas, De Gea fechava a baliza: fê-lo a remate de Rodri e, depois, em resposta a Mahrez, lançado em campo aos 65 minutos para o lugar de Bernardo.

Só Otamendi foi capaz de romper o bloco da equipa de Solskjaer num cabeceamento após canto batido da direita. Foi apenas aos 85 minutos, pouca margem havia para mais, mas o City ganhou novas energias perante um adversário que tudo fez para que se jogasse pouco daí para a frente.

O Manchester United não foi dominador, mas assumiu as suas fraquezas perante um adversário que é hoje muito mais equipa e foi à luta com as armas que tinha. Como na história de David e Golias.

O Manchester City está agora a 14 pontos do líder Liverpool e não é sequer segundo classificado da Premier League.