Jesualdo Ferreira vai permanecer, para já, no comando técnico do Zamalek.
 
Nesta altura deve sublinhar-se, no entanto, este «para já». O treinador ficou muito aborrecido com as críticas do presidente Mortada Mansour e estava decidido a sair.
 
Recorde-se que Mansour disse na sexta-feira, depois da derrota do Zamalek com o Al Ahly, na final da Supertaça do Egito, que «Jesualdo não sabe escolher os jogadores certos para os jogos, e também não sabe conduzir os jogos», acrescentando que tinha feito o onze «mas ele não me deu ouvidos e escolheu os jogadores errados».
 
Depois disto, Jesualdo Ferreira assumiu que não podia continuar no clube.
 
Na noite do último sábado, porém, Mortada Mansour chamou o treinador português para uma reunião, assumiu que tinha errado e pediu-lhe desculpa.
 
Recuou também na intenção de impor dois adjuntos egípcios e retratou-se publicamente, dizendo que estava nervoso e que falou como um adepto, e não como um presidente.
 
Perante isto, Jesualdo Ferreira aceitou continuar à frente do Zamalek, mas à espera do que poderá acontecer nos próximos tempos: o treinador não está disponível para outra explosão de fúria do presidente do clube.
 
Enquanto isso, José Peseiro foi hoje apresentado como treinador do Al Ahly e garantiu ao Maisfutebol esperar que Jesualdo continue no Zamalek, proporcionando assim derbies escaldantes entre dois treinadores portugueses, nos dois maiores clubes de África.
 
«Claro que espero ter o Jesualdo Ferreira como adversário. Um treinador que fez o Zamalek ser campeão e ganhar a Taça onze anos depois, não pode esperar-se outra coisa», referiu José Peseiro.
 
«Não é normal o que está a acontecer com Jesualdo, mas da forma como os egípcios vivem as coisas é de esperar tudo.»