Vinte e oito anos. Foi quanto durou a ligação de Ryan Giggs ao Manchester United, sem qualquer interrupção. Vinte e seis foram como jogador, desde as camadas jovens até chegar a capitão da equipa, e os restantes foram como adjunto de Louis Van Gaal.

Ora, em entrevista ao Guardian, o atual selecionador do País de Gales admitiu que teve alguns problemas quando se separou do emblema inglês.

Primeiro, logo em 2014, quando pendurou as botas, ao mesmo tempo em que se assumiu de resto como técnico interino da equipa de Manchester, depois da saída de David Moyes.

«Chorei no carro depois do jogo com o Southamtpon [o último]. Tive três semanas como interino e coloquei-me sob muita pressão. Senti que os jogadores deram tudo e a minha própria carreira de jogador tinha acabado. Também não sabia o que vinha a seguir. Então, quando entrei no carro, toda a minha emoção saiu», contou Giggs.

Depois, quando se separou de vez do United, o antigo extremo admitiu que teve de recorrer à ajuda de um psicólogo.

«Ajudou a preencher as lacunas do meu dia-a-dia. Depois de sair da escola, até aos 42 anos, fiz a mesma coisa todos os dias. Então [o psicólogo] foi mais para me preparar para a vida longe do United, mais do que qualquer problema mental», revelou.

«Estava a tentar encontrar alguma coisa para me ajudar a passar o dia, a semana, o mês, o ano. Se deixas de fazer uma rotina que fazias há 25 anos, isso é bem assustador. Mas percebi logo que há uma vida para fora do futebol, tive uns bons 18 meses a viajar, passei mais tempo com as crianças…»