O Manchester United quebrou o enguiço e foi a Stamford Bridge eliminar o Chelsea da Taça de Inglaterra numa competição em que tinha sido afastado das últimas quatro vezes que se cruzou com o emblema londrino, incluído a final da época passada. Uma exibição personalizada da equipa de Ole Solskjaer que ao intervalo já vencia por 2-0 e que, depois, na segunda parte, soube suster a reação dos Blues de Sarri. Um grande jogo a fechar os oitavos de final e o sorteio dos quartos vai realizar-se já a seguir.

Confira a FICHA DO JOGO

Já eram conhecidos sete classificados para os quartos de final - Wolverhampton, Millwall, Crystal Palace, Manchester City, Swansea, Watford e Brighton - mas este era de facto o jogo cabeça de cartaz dos oitavos de final. Um jogo de luxo, com meia-dúzia de estrelas para cada lado e um Estádio de Stamford Bridge quase esgotado com mais 40 mil espectadores.

Boa entrada do ManUnited, a chegar facilmente à frente, abrindo caminho pelo corredor esquerdo, com destaque para um cruzamento de Rashford que permitiu a Lukaku rematar de primeira, logo aos 3 minutos. O Chelsea respondeu de bola parada, com David Luiz, na marcação de um livre, a colocar Romero à prova. O guarda-redes argentino defendeu para a frente e teve de se aplicar para defender a recarga de Pedrito. Estavam lançados os ingredientes para um jogo intenso.

O United continuou a explorar o corredor esquerdo para onde descaiam Juan Mata e Paul Pogba no apoio a Rashford e foi daí que surgiu o primeiro golo do jogo, aos 31 minutos. Juan Mata desembaraça-se de dois adversários e abre na esquerda para a entrada de Pogba que cruza para o segundo poste onde surgiu Herrera, sem oposição, a marcar de cabeça.

O Chelsea procurou responder de imediato, com Hazard e Higuaín muito ativos na frente, mas foi o United que voltou a marcar, mesmo em cima do intervalo, num lance que começa num lançamento lateral. Pogba lança Rashford, desta vez pela direita e foi à área marcar de cabeça. Um golo muito festejado por toda a equipa que deixava o adversário com uma montanha para subir na segunda parte.

Sufoco azul até ao fim

O Chelsea estava obrigado a assumir as rédeas do jogo diante de um United mais recuado à espera de erros para sair a jogar. Num desses lances, Rashford arrancou em velocidade, levou tudo à frente e procurou assistir Lukaku, com Azpilicueta a evitar o terceiro da noite. Mas a verdade é que o jogo concentrava-se agora junto à área do United e multiplicavam-se as faltas, com Matic, já com um cartão amarelo, a arriscar uma expulsão prematura.

O Chelsea carregava com tudo o que tinha e Sarri tentou aproveitar a onda lançando ainda Willian para a contenda por troca com Pedro. Ao fim dos primeiros quinze minutos de intensa pressão, o United, ainda incólume, conseguiu respirar um pouco mais longe da área de Romero, mas, assim que recuperou fôlego, os «azuis» voltaram à carga e Hazard esteve muito perto de reduzir. Valeu ao United um corte in extremis de Herrera.

Seguiu-se a dança do banco com os treinadores a redefinirem as respetivas equipas para os últimos vinte minutos, com Sarri a trocar Kovacic por Barckley e Solskjaer a abdicar de Lukaku e Juan Mata para lançar Alexis Sánchez e Andreas Pereira. O United conseguiu encaixar bem as suas novas peças, e, assim, manter o Chelsea mais longe da zona de finalização, com Matic a colocar-se entre os centrais.

O sufoco prosseguiu até ao último instante, mas com poucas oportunidades evidentes para os Blues. A festa ia-se fazendo nas bancadas, onde estava um sorridente Alex Ferguson e onde os adeptos do United fizeram-se ouvir em alto e bom som até ao final do jogo.

Depois de ter eliminado o Arsenal no Emirates, agora o United foi a Stamford Brige eliminar o Chelsea, um feito que só tinha sido conseguido pelo Millwall, ainda em prova, em 1995.

O United vai conhecer o adversário dos quartos de final já a seguir, uma vez que o sorteio vai realizar-se, dentro de alguns minutos, no Estádio de Stamford Bridge. Até já.