Numa carta ao Governo britânico, o futebolista Marcus Rashford pediu que fosse revertida a decisão de serem retiradas as senhas de almoços grátis nas escolas inglesas durante o verão. O avançado do Manchester United afirmou que «o sistema não está feito para que famílias como a sua sejam bem-sucedidas».

«Como um homem negro de uma família pobre, eu podia ter sido apenas mais um para a estatística. Graças ao altruísmo da minha mãe, da minha família, dos meus vizinhos e dos meus treinadores, hoje em dia as estatísticas às quais sou associado são jogos, golos, internacionalizações» começou Rashford, na missiva partilhada pelo próprio, através das redes sociais.

O jogador, que no período de quarentena angariou mais de 20 milhões de euros para instituições de cariz social, insurge-se agora contra uma medida do governo inglês que põe em causa muitas famílias, segundo o jogador.

«A minha mãe trabalhava a full-time a ganhar o ordenado mínimo, para garantir que todas as noites tínhamos comida na mesa. Ainda assim não era suficiente», disse o inglês.

O companheiro de equipa de Bruno Fernandes no United continuou a abordar a sua experiência em criança. «O que algumas famílias estão a passar já eu vivi e sei que é muito difícil encontrar uma maneira de sair dessa situação. É muito importante para mim ajudar as pessoas que têm dificuldades», continuou.

No que às senhas diz respeito, o internacional inglês pediu ao governo para reconsiderar a sua posição. «Isto não é uma questão política, é uma questão de humanidade», justificou.

«Políticas à parte, não podemos todos concordar que nenhuma criança deve ter fome?» questionou Rashford.