O órgão responsável pela regulação do desporto na China criticou o «irracional» gasto dos clubes chineses na contratação de estrelas internacionais e ameaçou introduzir limitações a estes investimentos milionários.

Um porta-voz da administração geral do Desporto assinalou a necessidade de se estabelecer um «valor máximo na compra de futebolistas e dos seus salários», assim como combater aquilo que considerou serem «gastos irracionais».

O responsável, que falou em declarações ao site oficial da administração geral, não indicou nomes de futebolistas, mas a posição surge poucos dias após as contratações do brasileiro Óscar (ex-Chelsea) e do argentino Carlos Tévez (ex-Boca Juniors).

O internacional brasileiro chega ao Shangai SIPG, treinado pelo português André Villas-Boas, por 60 milhões de euros, naquela que é a contratação mais cara do futebol asiático, enquanto Tévez assinou pelo Shangai Shenshua, por 38 milhões/época.

Após estas contratações, a imprensa internacional tem revelado que os clubes chineses estariam dispostos a pagar centenas de milhões de euros em salários a jogadores como Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.

O organismo critica também a compra em grande escala de clubes estrangeiros por empresários asiáticos, entre os casos os do AC Milan, Inter de Milão ou Aston Villa e defende que a aquisição de jogadores estrangeiros deveria ser compensada com uma percentagem para o desenvolvimento do futebol de base.

O governo chinês chegou a criar um programa a longo prazo no sentido de fazer crescer o futebol do país, mas os investimentos têm sido canalizados para a compra de estrangeiros e não numa aposta na formação.

O Guangzhou Evergrande, campeão chinês desde 2011 e treinado por Scolari, chegou mesmo a vencer duas vezes a Liga dos Campeões Asiática, mas a seleção chinesa continua num nível baixo no ranking mundial (82.ª).