O Corinthians anunciou esta segunda-feira o regresso de Milene, jogadora brasileira que esteve de quarentena, por precaução, no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, depois de ter viajado da China com um grupo de portugueses provenientes de Wuhan, a cidade onde surgiu a epidemia do coronavírus.

A jogadora, de 25 anos, tem contrato com o Wuham Xinjiyuan mas, com o campeonato chinês suspenso, foi agora emprestada ao clube de São Paulo. Na conferência de imprensa de apresentação, a avançada de 25 anos contou a sua aventura entre a China e Portugal, até chegar a São Paulo. «Foram dias de pesadelo. Tive chance de ir para a China e fui em decisão conjunta com a minha família. Medo, preocupação... Tudo isso junto. No começo, a gente não tinha muita noção do que estava acontecendo», começou por contar.

Milene acabou por deixar Wuhan no avião requisitado pelo governo português e, depois, ficou internada em Lisboa, no Hospital Pulido Valente, com uma compatriota e um grupo de portugueses, entre os quais um preparador físico de um clube do terceiro escalão do futebol chinês.

«Por sorte, no hospital onde eu estava [Pulido Valente], na mesma ala, havia um preparador físico de uma equipa da terceira divisão da China. Estou muito grata a ele, o Luís. Esteve comigo nesses dias e fez o possível e impossível para treinar. O hospital o forneceu materiais para que pudesse continuar a treinar. O Luís foi fundamental para que eu não chegasse enferrujada ao Brasil», revela.

Milene esteve retida em casa, ainda na China por treze dias, depois ficou mais catorze dias em quarentena em Lisboa, antes de voltar ao Brasil. «O sentimento é de alívio. Não foi fácil, mas estou muito grata. Estar em campo a treinar, é o que eu mais quero. Grata por estar com saúde. Não aconteceu nada de ruim comigo. Isso tudo só vai me deixar mais forte. Confesso que na altura fiquei bem preocupada. O último dia de quarentena, quando falaram que estávamos livres, foi um alívio enorme. Sentir o cheirinho da rua, do lado de fora...», destacou ainda.