Gonzalo Higuaín teve o privilégio de jogar quer com Cristiano Ronaldo, quer com Lionel Messi, dois dos melhores jogadores do mundo. O internacional argentino considera que foi o jogador que mais entendeu o português e o argentino.

«Fui o futebolista que mais jogou com os dois e que melhor os entendeu. Entender o Cristiano e o Messi... o problema não são eles, és sempre tu. Sabia o que gostavam e o que não gostavam, como se sentiam mais cómodos e mais incómodos. Então eles viam-me como um apoio. Quando têm ao lado um jogador em que se apoiam a 100 por cento, não se sentem desligados de todas as responsabilidades. São dois futebolistas totalmente distintos e tive o privilégio de desfrutar e de aprender com eles», referiu, numa entrevista ao jornal «La Nácion». 

O avançado do Inter Miami deixou conselhos a Lautaro Martínez, novo avançado da Argentina, recordando o seu próprio percurso na albiceleste

«Diria a Lautaro para estar tranquilo. Agora Lautaro é mimado na seleção. Foi o que aconteceu comigo até à final com a Alemanha [em 2014]. Até 2014 fui o melhor avançado do mundo, depois desse jogo acabou tudo. Até essa altura, tinha feito nove golos nas eliminatórias, algo que ninguém diz. Esquecemo-nos que é preciso marcar golos na fase de qualificação para chegar ao Mundial. É tudo cor de rosa no início e o Lautaro... pode chegar o momento, num Mundial ou numa Copa América, em que falha um golo chave e deixará de ser o Lautaro. Vão dizer que já não serve. Diria-lhe para não pensar que nem é o melhor nem o pior», atirou. 

Pipita fez carreira no River Plate, Real Madrid, Nápoles, Juventus, AC Milan e Chelsea antes de se mudar para MLS. Higuaín frisou o preço que pagou pelo percurso que construiu no futebol mundial.

«As pessoas perguntam-se de que me queixo com o dinheiro todo que tenho. É verade, mas desde os 9 anos que me sacrifico para que tudo corra bem. O dinheiro que tenho não caiu do céu, ganhei-o com suor diário. Joguei no Real Madrid, no Nápoles, na Juventus, no AC Milan, no Chelsea e oura vez e acabas por passar os aniversários e as datas festivas com companheiros diferentes e raramente vês os teus amigos ou os teus pais. Tens de aceitar as críticas da imprensa e dos adeptos. Deixei crescer a barba, rapei o cabelo e fui notícia, mas ninguém me pergunta como estou em termos futebolísticos. Sim, o preço a pagar é alto, mas já sabia que isso ia acontecer», sublinhou.