Nicklas Bendtner conta em livro alguns episódios da carreira, como quando se escondeu na casa de banho das mulheres na Academia do Arsenal, ou quando, com apenas 17 anos, mandou calar Thierry Henry num treino.

«Às terças e quintas-feiras tínhamos aulas. Era como voltar à escola. Tínhamos aulas para lidar com a imprensa ou gestão financeira. Pensei que tinha acabado com a escola e ainda odiava mais essas aulas do que em Amager [na Dinamarca]», conta o avançado no livro, num excerto publicado pelo jornal Guardian.

«Um dia faltei às aulas de propósito e, da casa de banho das mulheres, ouvi-os a gritarem à minha procura, furiosos», recorda o avançado dinamarquês.

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Faltar às aulas não foi o único motivo para Bendtner se meter em sarilhos. Em 2005, quando tinha 17 anos, a equipa de sub-18 estava a fazer um treino com a formação principal, num jogo em que as regras só permitiam dois toques a cada jogador, só que Bendtner vê Thierry Henry tocar três vezes na bola.

«Gritei: ‘Três toques’. E Pat Rice, o assistente de Wenger, gritou de volta: ‘Joga’. Mas o Henry ouviu-me, virou-se para mim, pôs o dedo em cima dos lábios e fez ‘Sssssssh’. E eu fiz o mesmo. Logo a seguir, a bola bateu no meu calcanhar, depois no meu dedo do pé, até que eu a passei. E eles assinalaram livre contra nós [por três toques]. Eu queixei-me de que as regras deviam ser iguais para todos», recorda o dinamarquês.

«Desta vez, Henry mandou-me calar com muitos palavrões incluídos. Era um bom conselho, mas eu não o segui. Gritei-lhe de volta e disse que ele é que devia calar-se. Ele corre na minha direção, confronta-me, grita na minha cara e diz uma série de coisas. O Ashley Cole e o Sol Campbell envolvem-se e dizem: ‘Segue em frente, Nicklas. Continua a correr e cala-te.’ E eu fiz isso. Fiquei estranhamente calmo. É o que acontece quando um dos melhores avançados do mundo grita contigo», aponta Bendtner, que explica que Henry foi ter com ele depois e esteve duas horas a dar-lhe conselhos.

«Foi uma honra para mim. Foi muito simpático da parte dele e não tinha de o fazer. Eu absorvi tudo e acabamos e tudo acabou com um abraço.»