O piloto russo Nikita Mazepin anunciou, esta quarta-feira, que vai criar uma fundação para ajudar atletas de várias modalidades que foram visados por sanções, devido à ofensiva militar da Rússia sobre a Ucrânia.

«Anuncio a criação de uma nova fundação para ajudar atletas que foram impedidos de competir por razões políticas», pode ler-se, na conta oficial do piloto, na rede social Twitter.

Segundo Mazepin, essa fundação será financiada pela Uralkali, a empesa produtora de fertilizantes de potássio, da qual o orligarca russo Dmitry Mazepin, pai de Nikita, é acionista.

No sábado, a equipa de Fórmula 1 Haas anunciou o despedimento de Nikita Mazepin e a rescisão de contrato com a Uralkali, empresa que patrocinou a equipa na época 2021.

Também esta quarta-feira, nas primeiras declarações perante a comunicação social, a partir de Moscovo, Mazepin mostrou-se desiludido com a saída da Fórmula 1.

«Fiquei aliviado por ver que a FIA [Federação Internacional do Automóvel] permitia que nós [ndr: russos] corrêssemos com bandeira neutra. E eu estava a planear correr com bandeira neutra. Mas a 5 de março, as coisas mudaram. Eu merecia mais apoio da equipa. Não há razão legal para terminarem o contrato. Perdi o meu sonho, pelo qual trabalhei durante 18 anos», referiu Mazepin.

O russo disse ainda ter recebido mensagens de apoio de diversos pilotos da Fórmula 1, como Sergio Pérez, George Russel, Charles Leclerc ou Valtteri Bottas.

Também esta quarta-feira, Nikita Mazepin e o pai surgem na lista de nomes russos sancionados pela União Europeia.

Uralkali quer reembolso de patrocínio à Haas

A Uralkali comunicou, esta quarta-feira, o reivindicar do financiamento que já teria entregue à Haas no âmbito da parceria que estava para continuar na época 2022. Caso a ação seja bem-sucedida, a empresa refere que o dinheiro será reencaminhado para a fundação anunciada por Nikita Mazepin.

«Como a maior parte do financiamento do patrocínio para a época 2022 já foi transferido para a Haas e dado que a equipa rescindiu o contrato de patrocínio antes da primeira corrida da época 2022, a Haas não cumpriu com as suas obrigações com a Uralkali para esta época. A Uralkali solicitará o reembolso imediato dos valores recebidos pela Haas», referem, em comunicado, sublinhando que tem direito a «iniciar processos judiciais, reivindicar danos e reaver os valores significativos» que pagou pela época 2022 na Fórmula 1.