A federação brasileira (CBF) adiou uma semana a jornada final do campeonato brasileiro, mas diz que os jogos têm mesmo que acontecer, incluindo o encontro entre Chapecoense, envolvida no acidente de avião que vitimou 71 pessoas, e Atlético Mineiro, marcado para o dia 11 de dezembro.

«Ainda não pensamos sobre como será a partida. Conversei com o presidente [da CBF] Del Nero sobre a partida contra o Atlético-MG. Ele disse: "Este jogo tem que acontecer. Tem que ser uma grande festa". Respondi: "Não temos 11 jogadores". Ele disse: "Têm sim. Vocês têm categoria de base, os jogadores que ficaram. Não importa. Tem que ser uma grande festa. Chapecó e a Chapecoense merecem», afirmou Ivan Tozzo, presidente interino do Chapecoense, citado pela Globo.

Só que o encontro promete ser emotivo e Nivaldo, guarda-redes que já anunciou a reforma após o acidente de avião, diz que não sabe se os jogadores vão aguentar.

«Estamos a passar por um momento muito difícil, é viver num pesadelo horrível e, infelizmente, temos de absorver isso. Eu acho que nós temos de tirar força, pelas pessoas que se foram e certamente iriam querer ver-nos jogar pela Chapecoense. O problema é que não sabemos se vamos suportar entrar em campo e o estádio a chamar pelo Danilo, Kempes, Bruno Rangel. Não sei se vou ter forças. Queríamos vê-los chegar alegres, e não dentro do caixão», disse à Sport TV brasileira.

Com 11 anos de história na Chapecoense, o atleta falou sobre a dificuldade de reconstrução da equipa: «Vi os acessos para Série C, Série B, e conseguimos afirmar-nos na elite. Foi um sonho que se concretizou mas, se me perguntar hoje, perdemos praticamente tudo... Os nossos atletas, parte da nossa diretoria. É preciso ter força para reerguer isso tudo».