O treinador português Paulo Fonseca, apresentado na tarde desta quinta-feira em conferência de imprensa como novo técnico do Lille, sublinhou a importância do papel do compatriota José Fonte no plantel do clube gaulês, afirmando que conta com ele para ajudá-lo na época 2022/23 com a equipa.

«Eu tive oportunidade de beber um café com ele [ndr: Fonte] em Lisboa, antes de vir. O José é o capitão da equipa, ele tem uma personalidade forte. Como em todos os clubes, estes jogadores podem ajudar muito o treinador. É português, falamos a mesma língua e conto com ele para ajudar-me com a equipa», afirmou, numa conferência de imprensa ao lado do presidente Olivier Létang, que abordou a situação de mercado de outro nome luso do Lille, Renato Sanches.

Por outro lado, e já após ter falado do Lille, do campeonato francês e do futebol que pretende, Paulo Fonseca foi questionado sobre a Ucrânia, país no qual estava com a mulher e o filho quando começou a guerra, no final de fevereiro.

«Claro que quando deixas uma situação como deixámos na Ucrânia, isso pode mudar a forma como vês a vida, como dás importância às coisas. Muitas vezes não pensamos nisto. Eu vivi uma situação difícil, eu estava lá quando começou a guerra, mas costumo dizer que o que eu vivi lá é nada quando comparado ao que as pessoas continuam a viver, a sofrer. A minha mulher é ucraniana, o meu filho é ucraniano, continua a ser difícil ver todos os dias o que está a acontecer e, honestamente, espero que a situação se resolva o mais breve possível, é difícil para as pessoas lá», respondeu Fonseca.

O técnico luso que já passou pela Roma e pelo Shakhtar Donetsk no estrangeiro foi ainda questionado pelo Derby du Nord contra o Lens, admitiu que já teve referências desse duelo e que sabe que é importante para clube e adeptos, mas que no fim o que conta são os três pontos a cada jogo, seja ou não contra o Lens.

«As pessoas já me falaram dos jogos contra o Lens. Claro que é um jogo, com certeza, especial para os adeptos, vou tentar perceber melhor o que significa este jogo, mas eu já vivi, noutros clubes, grandes jogos como o Roma-Lazio. Eu acredito que este tipo de jogos é o que nós gostamos, com grandes jogadores e ambiente. Eu amo jogar estes jogos, tenho de entender a importância deste, as pessoas já falaram um pouco disso, mas no fim são mais três pontos, não importa se é com o Lens ou outra equipa, vamos respeitar todas, mas entendo que possam ser jogos especiais para o clube e adeptos», apontou.