O treinador português Pepa, que se estreou na noite de quarta-feira com uma vitória por 3-2 ante o Bragantino de Pedro Caixinha, num jogo particular, assumiu que a equipa cometeu «alguns erros na fase de construção», mas deixou notas positivas sobre o que viu e até brincou com o que ouviu dos adeptos nas bancadas.

«Houve muitas coisas para analisar, como devem entender. Disse no balneário, na palestra, que não há amigáveis. E o ambiente foi propício para isso. Um ambiente de jogo oficial, de jogo de campeonato, com adeptos. Eu nunca tinha sido tão insultado no banco (risos), mas isso é bom. Eu também tenho de adaptar-me, mas entra e sai. Estou tão concentrado no jogo. Faz parte. É a paixão pelo futebol, pelo jogo e isso notou-se no campo», afirmou, na conferência de imprensa.

«Eu disse ao Caixinha que, para primeiro jogo, a intensidade é pela qualidade dos jogadores. O jogador brasileiro tem muita qualidade técnica. Isso dá velocidade ao jogo e para mim também foi uma lição: quem não estiver no topo em termos físicos, de disponibilidade e andamento, não tem hipóteses cá. Cometemos alguns erros na fase de construção, algo que tem de ser trabalhado. É normal, também, a mudança do sistema, o conforto vai aparecer com o tempo, com o trabalho, mas arrisco-me a dizer que a equipa nunca se desligou», prosseguiu Pepa, admitindo que houve momentos de dificuldade, mas que a equipa do Cruzeiro superou-se e não se desviou do plano e do caminho.

«O que sentimos grande dificuldade foi no ressalto, na segunda bola. Quando havia bolas na profundidade na nossa linha defensiva, normalmente ganhávamos a primeira, mas depois o Bragantino ganhava essa bola de frente e criou-nos desconforto. No segundo tempo, acreditámos, seguimos o plano, não mudámos por estar a perder 2-0. O objetivo era ver todos e não nos desviámos do que estava planeado. Acabámos por ser felizes, porque procurámos essa felicidade», concluiu.