A Nike revelou na quinta-feira que terminou o contrato com Neymar, em 2020, porque o jogador do Paris Saint-Germain recusou cooperar num inquérito conduzido pela marca a alegações de agressão sexual a uma funcionária.

«A Nike terminou a relação com o desportista porque ele recusou cooperar num inquérito de boa fé sobre alegações credíveis de atos censuráveis cometidos contra uma empregada [da empresa]», anunciou a marca em comunicado, confirmando uma informação avançada pelo jornal norte-americano Wall Street Journal.

A empresa norte-americana precisou que «o inquérito não foi conclusivo».

«Não surgiu um único conjunto de factos que nos permitisse falar substantivamente sobre o assunto. Seria inapropriado a Nike fazer uma declaração acusatória sem estar em medida de fornecer os factos que a apoiem», escreveu a empresa.

Contactada pelo Wall Street Journal, a porta-voz do jogador disse que o futebolista «nega vigorosamente» as alegações.

«Neymar Jr. vai defender-se vigorosamente contra estes ataques sem fundamento, caso alguma alegação venha a ser apresentada, o que até agora não aconteceu», disse a porta-voz, afirmando que as duas partes se separaram por razões comerciais.

A Nike pôs fim prematuramente ao contrato de patrocínio com o jogador brasileiro, no final de agosto de 2020, sem apresentar qualquer justificação, na altura.

Em comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP), a empresa afirma que ficou «profundamente perturbada pelas alegações de agressão sexual formuladas em 2018 por uma das suas funcionárias contra Neymar Jr.».

Segundo o Wall Street Journal, que cita testemunhas e documentos, a funcionária terá dito a amigos e colegas de trabalho que Neymar tentou forçá-la a praticar sexo oral em 2016, quando esta se encontrava num quarto de hotel em Nova Iorque, a trabalhar na coordenação e logística de um evento de promoção da marca.

Na nota, a empresa de equipamento desportivo afirmou que estava pronta a investigar o caso em 2018, quando a funcionária acusou o futebolista pela primeira vez, mas que decidiu «respeitar o desejo inicial da empregada de manter o caso confidencial e evitar a abertura de um inquérito».

Por essa razão, a Nike não partilhou informações sobre o caso com a justiça ou com terceiros até 2019, altura em que a empresa contratou advogados para conduzir um inquérito, quando a funcionária indicou querer prosseguir o inquérito, acrescentou a empresa.

Nesse mesmo ano, Neymar foi acusado de violação por uma mulher brasileira. A acusação, que o jogador negou e que foi entretanto abandonada, prejudicou a sua imagem.

Apesar disso, pouco depois da rutura do contrato com a Nike, o brasileiro assinou contrato com a Puma.