O «clássico» da liga espanhola entre Real Madrid e Barcelona, marcado para sábado, vai contar com mais de 2.500 homens a garantir a segurança, entre os quais 1.200 polícias, seis vezes mais do que é habitual nestes jogos, em reação aos atentados da passada sexta-feira em Paris.
 
A informação foi avançada pela delegada do Governo em Madrid, Concepción Dancausa, no seguimento de uma reunião de coordenação de segurança para o jogo. Além dos 1.200 agentes da polícia nacional espanhola, estarão presentes em missão de segurança ao jogo 122 polícias locais (mais 42 do que o habitual), 1.195 elementos de segurança privada do Real Madrid, 80 elementos das Emergências de Madrid e 60 da Cruz Vermelha.
 
O «clássico» é um dos eventos desportivos que mais interesse despertam no mundo, atraindo milhares de turistas à capital espanhola. De acordo com as associações hoteleiras, para o fim de semana do jogo (ao qual deverão assistir no estádio cerca de 80 mil pessoas), os hotéis têm uma taxa de ocupação próxima dos noventa por cento.
 
O jogo, relativo à 12.ª jornada da liga espanhola, surge uma semana depois dos atentados concertados em Paris (que incluíram uma tentativa falhada de detonar explosivos dentro do Stade de France, quando decorria o particular entre França e Alemanha).
 
Já no decorrer da semana, um particular entre a Alemanha e a Holanda, em Hanover, teve de ser adiado por motivos de segurança. «Além das medidas habituais num jogo de risco, vamos reforçar com medidas adicionais devido ao momento extraordinário em que nos encontramos», declarou Dancausa, numa referência aos atentados de Paris.
 
Já na quarta-feira, o ministro do Interior espanhol, Jorge Fernández Díaz, descartou a possibilidade de adiar o jogo, afirmando que «não existem dados concretos» que levem as autoridades a suspeitar que algum grupo terrorista esteja a planear um atentado para o dia do «clássico».
 
A Espanha mantém um estado de alerta terrorista de nível 4 (numa escala de cinco), que indica um «risco alto» de atentados e pressupõe segurança policial reforçada em áreas e estruturas consideradas críticas, como estações de transportes públicos, aeroportos ou instalações críticas de energia.