Cristiano Ronaldo falou pela primeira vez da saída do Real Madrid numa longa entrevista à France Football. O português considera que Florentino Pérez nunca lhe falou «com o coração», vendo-o sempre como um negócio.
Florentino Pérez nunca olhou para mim exceto no sentido de uma relação de negócios. O que me dizia, nunca veio do coração», referiu.
O capitão da seleção nacional explica então a vontade de sair dos merengues: «Ganhei muitas coisas boas em Madrid e passei lá momentos incríveis, que sempre recordarei, com companheiros muitos valiosos. Recordarei também a afición. Pensei que depois de nove anos ali, tinha chegado o momento de mudar de clube e mudar de local.»
Instantes mais tarde, a revista alterou a publicação. A parte em que Ronaldo falava do modo como Florentino Perez o via desapareceu e essa parte foi atualizada. Ainda assim, o português mostra-se insatisfeito com o tratamento recebido pelo dirigente.
«Senti que já não me tratavam, sobretudo o presidente, como no princípio. Nos primeiros quatro, cinco anos, senti que era o Cristiano Ronaldo. Depois disso, menos. Deixei de ser indispensável e sentia que se chegasse uma proposta, o presidente não me impediria de sair», explicou o jogador de 33 anos.
Ronaldo acrescentou que rejeitou ofertas milionárias da China e que optou pela Juventus por ter sido o único clube que demonstrou que realmente o queria contratar.
«Se fosse uma questão de dinheiro, teria ido para a China, onde me ofereciam cinco vezes mais. Não vim para a Juventus por causa do dinheiro. Ganhava o mesmo no Real Madrid, até mais. A Juventus desejou-me de verdade. Disseram-me isso e demonstraram-me isso», disse.
A faltar cerca de um mês para a entrega da Bola de Ouro, prémio da revista à qual Ronaldo concedeu a entrevista, o agora jogador da Juventus diz que não está obececado:
«Não é uma obsessão, já sou um dos melhores da história, mas penso que a mereço.»
Questionado sobre os rivais deste ano, Cristiano respondeu que serão «os mesmos, mesmo não sabendo se Messi estará no pódio desta vez». «Depois diria Salah, Modric, Griezmann, Varane, Mbappé...os franceses em geral, por serem campeões do mundo. Mas quero ver se todos estes jogadores vão estar no topo daqui a dez anos, como eu e o Messi conseguimos. Sempre lá no pódio, há dez anos...», acrescentou o português.
Nesta entrevista, Ronaldo fala também do alegado abuso sexual a Katryn Mayorga.
