O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, confirmou esta terça-feira os contactos com o Governo britânico sobre a venda do Chelsea, garantindo que as sanções internacionais fruto da invasão à Ucrânia são para aplicar, sendo também necessário o aval português para o fecho da negociação, dado o passaporte luso de Roman Abramovich.

«Em relação ao Chelsea, naturalmente que há aqui um ponto absolutamente fundamental: Portugal aplica as sanções que foram decretadas pela União Europeia. Nós fazemo-lo de forma rigorosa, fazemo-lo sem exceções e é assim que nós aplicamos as sanções, é assim que nós vamos continuar a aplicar as sanções», afirmou o chefe da diplomacia de Portugal, questionado pelos jornalistas à margem da visita que está a realizar à ilha de Santo Antão, em Cabo Verde.

Em causa está a venda do Chelsea ao grupo liderado por Todd Boehly, coproprietário da equipa de basebol dos Los Angeles Dodgers, por cerca de 4,25 mil milhões de libras (cerca de 4,9 mil milhões de euros). O clube anunciou, no início deste mês, que a proposta foi aceite e a imprensa britânica noticia que a venda deverá ser fechada nas próximas 24 horas.

Contudo, como Roman Abramovich detém um passaporte português, as autoridades portuguesas terão também de autorizar o negócio, conforme noticiou na segunda-feira a BBC.

«O governo britânico está a estudar possibilidades de alienação daquilo que é, neste momento, propriedade de uma pessoa que está sob lista de sanções. Obviamente, estamos em diálogo com o governo britânico, estamos em diálogo com a Comissão Europeia, mas seremos intransigentes na aplicação das nossas obrigações jurídicas», afirmou Cravinho.