Elias, médio brasileiro ex-Sporting, deu longa entrevista ao «Lancenet» a propósito do seu regresso à seleção brasileira, na fase Dunga.

Embora não tenha feito parte dos 23 do Brasil no Mundial-2014, ainda na era Scolari, Elias assumiu sentir-se envergonhado com aquele 1-7 com a Alemanha: «Sinto-me «puto» pelo 7 a 1. Fiz parte dessa seleção e conheço o grupo faz tempo. Me senti magoado. As pessoas falaram muitas coisas. Algumas coisas são verdades, outras são mentiras. Muitas mentiras. Vejo um grupo mais fortalecido e maduro, sabendo o que quer. O pessoal está com fome de vitórias. E não é só para mostrar para o torcedor e para a imprensa, é para nós mesmos, para mostrar que somos capazes e para provar que aquilo que aconteceu foi uma fatalidade.»

Elias fala quase como se tivesse feito parte daquele jogo que ficará para sempre como capítulo negro do futebol brasileiro: «Os ridicularizados não foram os jogadores que estavam lá, mas, sim, o futebol brasileiro. Eu faço parte do futebol brasileiro. Todos os jogadores ficaram tristes e envergonhados. Agora, como o Dunga tem falado, precisamos trabalhar duro para darmos a volta por cima. Esse 7 a 1 não vai voltar a acontecer.»

Apesar da humilhação, Elias acredita que o futebol brasileiro a ter trunfos em relação aos rivais. E aponta caminhos: « Ter humildade e trabalhar. Precisamos reconhecer quando o adversário estiver melhor, marcar mais, ser mais humilde e ter seriedade. Os jogos contra Colômbia e Equador (vitórias por 1 a 0) provaram isso, principalmente a partida contra a Colômbia. Tardelli, Oscar e Willian voltaram muito para ajudar a marcação. A mentalidade está mudando, esse é o novo espírito da nossa Seleção. Com humildade, marcação forte e mais confiança... Sempre falei isso: “Tecnicamente, a gente é muito superior aos jogadores dos outros países”.»

O facto de Dunga estar, nesta primeira fase, a apostar numa equipa sem um «centroavante» titular não provoca estranheza em Elias: «A tendência do futebol moderno é não ter mais aquele jogador paradão na frente. É importante ter um jogador assim no elenco, mas o futebol moderno tem feito com que esse jogador se movimente mais, busque mais espaços fora da área e também ajude na marcação. Essa mudança tática é um das melhores formações que a Seleção pode ter no momento.»