O estádio da cidade síria de Raqqa voltou a receber um jogo de futebol, depois de servir como prisão para o autoproclamado Estado Islâmico (EI), que proibiu a prática de qualquer desporto na cidade.

«Durante três anos fomos proibidos pelo EI de jogar futebol. Tínhamos de jogar em segredo», contou Aziz al-Sajer, jogador do Al-Rachid, citado pela agência Lusa.

Depois de fugir ao domínio do grupo extremista, Raqqa tenta agora regressar à normalidade, já depois de ter sido reconquistado por uma coligação de combatentes curdos e árabes, apoiada por Washington.

O Al-Rachid recebeu o Al-Sad, num estádio onde ainda são vísiveis os buracos das balas. A equipa da casa acabou por ser derrotada por 3-1, mas os adeptos locais desvalorizaram a derrota face ao momento histórico que presenciaram.

Enquanto ocupou a cidade de Raqqa, o Estado Islâmico proibiu qualquer demonstração futebolística no território, confiscando todas as camisolas de clubes do ocidente, relembrou Aziz al-Sajer: «Eles tiraram-nos as nossas camisolas todas. Não podíamos ter o nome do Real Madrid ou do Barcelona nas nossas camisolas, podíamos ir para a prisão simplesmente por isso.»