Um dia após a eliminação nas meias-finais da Taça da Rússia, o Spartak de Moscovo está a ser alvo de uma investigação pela Federação Russa de Futebol (RFU), por palavras racistas dos adeptos da equipa moscovita contra o cabo-verdiano Nuno Rocha, ex-jogador do Marítimo, agora no Tosno.

O episódio aconteceu no encontro desta quarta-feira, quando Nuno Rocha apontou o penálti decisivo que colocou o Tosno na final da prova. O cabo-verdiano festejou junto da claque do Spartak, da qual surgiram cânticos menos próprios.

«Estamos a examinar o material do jogo, incluindo as músicas ouvidas nas bancadas dos adeptos do Spartak após a marcação da grande penalidade pelo Nuno Rocha», referiu o inspetor da RFU para o racismo e discriminação no futebol, Alexei Smertin, à imprensa russa, citado pela agência Lusa.

O Spartak de Moscovo-Tosno ficou decidido a favor dos visitantes nos penáltis – vitória por 4-5 – após o 1-1 no tempo regulamentar.

A Rússia, que acolhe o Mundial 2018, tem assistido a vários casos de racismo nas últimas semanas.

Na terça-feira, a FIFA abriu um processo disciplinar contra a RFU por cânticos racistas no jogo particular entre Rússia e França, a 27 de março, dirigidos aos jogadores franceses Ousmane Dembelé e Paul Pogba.

Segundo a FARE, organização não governamental de combate à discriminação no futebol, foram registados 89 incidentes racistas em jogos de futebol na Rússia, na época 2016/2017.