O presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, anunciou esta terça-feira a demissão, em bloco, da direção que liderava o clube. A decisão surgiu após ser conhecida a resposta do Governo da Catalunha sobre o voto de censura, numa comunicação na qual frisou que não queria sujeitar os sócios ao perigo de votarem em plena pandemia.

Numa declaração à imprensa convocada em última hora, ao início desta noite, Bartomeu apresentou a sua «demissão e a do resto do conselho de administração». «É uma decisão considerada por todos. Esta manhã recebi a reposta do Governo [da Catalunha], que reitera não haver impedimentos jurídicos para celebrar o voto de censura. Isto significa que se exige a descentralização do voto e não mencionam a nossa proposta de ter 15 dias de margem para poder garantir as medidas de segurança necessárias», afirmou Bartomeu.

«O Governo propõe medidas dolorosas, com graves repercussões para as pessoas e empresas e medidas ainda mais fortes como o confinamento ao fim-de-semana, mas mantém que é possível votar. Nós atuamos com responsabilidade e não vamos convocar nestas circunstâncias. Não queremos ter de escolher entre a saúde e o voto, por isso não convocamos eleições e demitimo-nos imediatamente», assinalou.

O dirigente sublinhou que a direção não deixou o clube após a goleada sofrida ante o Bayern Munique, por 8-2 nos quartos de final da Liga dos Campeões 2019/2020, em agosto último, por considerar que não seria um ato responsável.

«O mais fácil era renunciar e sair depois daquela derrota dolorosa, mas as decisões tinham de ser tomadas durante uma crise global sem precedentes. Não podíamos deixar o clube nas mãos de uma gestão com competências limitadas», justificou.

Bartomeu assumiu a presidência em 2015, após ter sido eleito. Antes, tinha assumido de forma interina o lugar de Sandro Rosell, em janeiro de 2014.

Segue-se, para já, uma comissão de gestão, encabeçada por Carles Tusquets, presidente da comissão estatutária económica. Terão de ser convocadas eleições no prazo máximo de três meses, assim que os seus membros tomem posse.

Estão já confirmados os pré-candidatos Jordi Farré, Agustí Benedito, Víctor Font, Toni Freixa e Lluís Fernández Alà.

Entre o anúncio da renúncia, Bartomeu anunciou que o Barcelona aprovou na segunda-feira, na penúltima reunião do Conselho de Administração, o projeto para integrar uma Superliga Europeia. A decisão deve ser ratificada na próxima Assembleia de Delegados do clube.