O advogado-geral do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) defendeu esta quinta-feira que a FIFA e a UEFA não infringiram a legislação europeia quando travaram a criação da Superliga de futebol, ameaçando na altura os clubes fundadores com a exclusão das suas competições.

De acordo com Athanasios Rantos, os clubes da Superliga tinham o direito de organizar uma prova «fora do ecossistema da UEFA e da FIFA, mas não podiam continuar a participar nas competições organizadas pela FIFA e a UEFA sem autorização prévia destas associações».

Os pareceres jurídicos dos advogados-gerais do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) não são vinculativos, mas normalmente são seguidos pelo órgão cuja sede é no Luxemburgo. A decisão sobre este processo só deverá ser anunciada no próximo ano.

«As leis de concorrência da União Europeia não impedem a FIFA, a UEFA, as federações e as ligas nacionais de ameaçar sancionar clubes membros dessas organizações se participarem na criação de novas competições que as possam prejudicar”, disse ainda Athanasios Rantos.

De resto, a UEFA já se congratulou pela «posição inequívoca» de Rantos: «O futebol na Europa permanece unido e em firme oposição ao projeto da Superliga ou qualquer outra proposta dissidente que ameace o ecossistema desportivo europeu.»

Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, Juventus, Inter Milão, Milan, Manchester United, Liverpool, Arsenal, Chelsea, Manchester City e Tottenham foram os clubes fundadores da Superliga europeia. Atualmente, apenas Real Madrid, Barcelona e Juventus se mantêm no projeto.