A FIFA é parte lesada na investigação das autoridades suíças e norte-americanas que levou esta madrugada à detenção de vários dirigentes do organismo, defendeu esta manhã Walter de Gregorio, diretor de comunicação do organismo. Também garantiu que Joseph Blatter não está envolvido e que o congresso da FIFA, que na sexta-feira elege o próximo presidente, avançará como previsto.

Numa conferência de imprensa que foi a primeira reação da FIFA aos acontecimentos desta manhã, De Gregorio começou por dizer que a FIFA não tinha conhecimento da investigação, nem dos raides que levaram às detenções, mas «dá as boas vindas a este processo», que «coopera totalmente com as autoridades» e «vai responder a todos os pedidos de informação».

«Neste caso, a FIFA é a parte prejudicada. Não há buscas nos escritórios da FIFA, as pessoas estão aqui, cooperamos com eles no nosso interesse. «É do nosso maior interesse que todas as questões abertas sejam respondidas», insistiu, antes de admitir: «É um momento difícil para nós.»

De Gregorio defendeu também que o congresso da FIFA, que motivou a presença de todos os dirigentes em Zurique e na sexta-feira elegerá o próximo presidente, se manterá: «Nunca houve a ideia de adiar nem o congresso nem as eleições.»

Também garante que Joseph Blatter, o presidente da FIFA na corrida para um quinto mandato, não está envolvido. E nem vê razões para que Blatter se demita na sequência de mais este caso. «O presidente não está envolvido, como podem dizer que ele deve sair? Ele é o presidente, se for reeleito então será presidente para os próximos quatro anos.»

Mais tarde, a FIFA emitiu um comunicado no qual reforça a ideia de que há duas investigações diferentes, uma pelas autoridades norte-americanas e outra pela justiça suíça. «A detenção de seis indivíduos esta manhã em Zurique diz respeito às investigações da procuradoria norte-americana do Eastern District do estado de Nova Iorque», escreve a FIFA: «As autoridades suíças, agindo em nome dos seus congéneres norte-americanos, detiveram os indivíduos por atividades relacionadas com negócios da Concacaf e da Conmebol.»

Depois, diz o comunicado que foi a própria FIFA a estar na origem da investigação suíça: «A segunda investigação segue-se à iniciativa da FIFA de apresentar o processo dos Mundiais 2018/22 ao procurador-geral suíço em novembro de 2014»: «As autoridades estão a aproveitar a oportunidade do congresso da FIFA para entrevistar os membros do Comité Executivo que não são residentes na Suíça que votaram em 2010 e ainda estão nos cargos.»

Artigo atualizado