O Governo espanhol aprovou esta quinta-feira em Conselho de Ministros o chamado «Real Decreto-Ley» que vai permitir a venda centralizada dos direitos televisivos dos jogos das ligas profissionais, como já acontece na Premier League. Um decreto que já fez correr muita tinta no país vizinho e que promete revolucionar o futebol espanhol nos próximos anos.
 
Depois de muitas reuniões, ameaças de greve da parte dos clubes, o «Real Decreto-Ley» vê finalmente a luz do dia. A partir de agora vai ser aberto um concurso público para a venda dos direitos televisivos. Um concurso que o governo promete ser «transparente» e que deve render à liga espanhola qualquer coisa como mil milhões de euros. Um valor exorbitante do qual 93 por cento serão para dividir entre os clubes; 3,5 por cento para um seguro de despromoção; 1 por cento para a federação e 1 por cento para a liga; 1 por cento para um fundo de desportistas de elite; e ainda 0,5 por cento a dividir por sindicatos, associações e futebol feminino.
 
A intenção do governo é que a venda conjunta dos direitos possa arrancar já na próxima temporada, embora haja ainda clubes com acordos definidos com operadores como a Mediapro e a Telefónica.
 
Quanto à parte que cabe aos clubes, dez por cento serão destinados à II Liga, enquanto metade dos restantes 90 por cento serão para dividir por todos os clubes do primeiro escalão. A outra metade será dividida consoante os resultados desportivos de cada clube, tendo em conta o passado, mas dando maior relevância à última temporada.