Mantém-se de pé a greve aos campeonatos em Espanha anunciada pelo sindicato de jogadores daquele país na sequência do decreto-lei aprovado pelo Governo que prevê a centralização da venda dos direitos de transmissão televisiva. Os representantes dos jogadores estiveram reunidos com a liga, mas não houve consenso.
 
Os dois organismos compareceram no serviço de mediação e arbitragem, na sequência do comunicado da federação espanhola (RFEF) de suspender por tempo indeterminado, a partir de 16 de maio, as competições e face à decisão dos jogadores de fazerem greve.
 
Em causa está o polémico decreto-lei aprovado a 30 de abril, que determina que os clubes na primeira divisão recebam 90 por cento do valor realizado com as receitas televisivas, cabendo apenas 10 por cento aos clubes da segunda divisão.
 
Se o futebol em Espanha parar a partir de 16 de maio, podem estar em causa as duas últimas jornadas da Liga espanhola, previstas para 17 e 23 de maio, que incluem o jogo entre o Barcelona e o Atlético de Madrid, e a final da Taça do Rei, que opõe o Barcelona ao Athletic Bilbau, no Camp Nou, a 30.
 
«Era difícil chegar hoje a algum tipo de acordo. Estamos a dar mais garantias e o que a Liga oferece é suficiente para resolver este conflito no âmbito de um acordo coletivo», disse no final o presidente da liga espanhola, Javier Tebas.
 
Da parte do sindicato, Luis Rubiales disse que os futebolistas «estão fortes» e esperam que se respeite «o direito à greve». «Estamos a trabalhar e a dialogar. Os jogadores sabem quais os seus direitos. Sentimo-nos fortes», acrescentou.